Dicas de viagem longa com bebê.
Nós já fizemos algumas viagens curtas de avião desde que nossa bebê nasceu. Há alguns meses, tivemos nossa primeira experiência de retorno ao Brasil, em férias. Tudo é maravilhoso, a expectativa é gigantesca. Mas ninguém conta como vamos chegar até lá e como vamos voltar pra casa sozinhas com um bebê pequeno em uma viagem de mais de 26 horas.
Minha filha tinha seis meses na época em que fomos ao Brasil e retornamos quase dois meses depois, ou seja, ela já tinha praticamente oito meses e muito mais atenção nas coisas, mais vontades, os gritos eram mais altos e a birra maior também.
Eu vou contar um pouco da minha experiência com essa viagem e compartilhar algumas pequenas dicas que você consiga se preparar melhor e fazer com que a sua viagem seja um pouco mais tranquila que a minha.
Viagem de ida e dicas úteis sobre a mala e reserva de bassinet
Na viagem de ida, fomos eu, meu marido e nossa filha. Confesso que viajar em dois é infinitamente melhor, obviamente. Enquanto um fica com o bebê no colo, o outro pode pegar as coisas na mochila, pode te ajudar com absolutamente tudo. Fora que são duas pessoas para vigiar o bebê.
Nós viajamos com a Air Canada e eu aprendi um truque básico que ninguém te conta, mas eu vou contar pra vocês: Quando você comprar a passagem (classe econômica – super normal e corriqueiro, convenhamos), logo após a compra, você entra em contato com a sua companhia aérea, explica que você está viajando com um bebê de colo e pede para reservar um bassinet.

Bassinet (tipo de bercinho próprio para voos). Foto: arquivo pessoal.
A companhia aérea irá trocar seu assento sem custo e realocá-los em um assento preferencial, onde você conseguirá ao menos esticar as suas pernas, é bem mais confortável. Se a passagem da família (marido, esposa e bebê) foi comprada junto, eles realocam a família inteira.
O bassinet fica acoplado nas paredes que fazem as divisórias do avião. Os comissários de bordo podem instalar tudo após a decolagem. O bassinet é pequeno, a criança tem que ter no máximo 12kg e não pode conseguir se levantar sozinha. Toda vez que o alerta de afivelar cintos for ligado em turbulências, você deve retirar o bebê de dentro e segurar na posição de emergência, que é de pé no seu colo, com a mão firme atrás da cabeça. Essas foram as instruções que me deram.
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Nós levamos apenas uma mala de mão e duas mochilas. Meu marido carregou uma das mochilas com todos os nossos documentos necessários, carregadores de celular, dinheiro e lanches. Eu carreguei a segunda mochila (diaper bag) com trocador portátil, fraldas, pomada, uma muda de roupa, mamadeiras, fórmula, comidinhas de bebê, alguns brinquedos de morder e que faziam barulho. Na mala de mão levamos mais fraldas, um pijama, um sleep sack (para simular toda rotina de sono no voo mais longo), mamadeiras limpas e uma muda de roupa para cada um de nós.
Nosso voo de ida ao Brasil foi muito tranquilo. Conseguímos distraí-la por bastante tempo com os brinquedinhos e com os filmes para criança do próprio avião no primeiro voo de 5 horas. Conseguimos simular a rotina de sono, mesmo sem o banho, no voo mais longo, de 9 horas e meia; ela dormiu antes da decolagem em Toronto e só acordou faltando menos de uma hora para aterrisagem em São Paulo.

Entretendo o bebê – Arquivo pessoal
Ela conseguiu dormir no bassinet. Tivemos que pegá-la apenas algumas vezes e deu tudo certo. A espera nos aeroportos foram muito curtas e não deu tempo nem de ir ao banheiro pra falar a verdade. Passamos com prioridade em todas as filas de segurança e de embarque.
Pegamos um último voo mais curto até nossa cidade no Rio Grande do Sul e nossa chegada foi um sucesso. Estávamos muito felizes por ter dado tudo certo.
Voo de volta, meu desespero e algumas dicas
Eu retornei sozinha com a minha filha e os meus problemas já começaram na saída de Porto Alegre, quando não encontravam a reserva da minha filha. Eu consegui argumentar e após 45 minutos embarquei com ela nos últimos minutos, às pressas. Não consegui me despedir direito da minha família.
O primeiro voo era de apenas 1 hora e meia. Usei copos descartáveis para distraí-la. Ela chorou muito e aquilo pra mim era o começo do desespero. Como eu faria nos voos seguintes se nem no primeiro ela estava colaborando?
O segundo problema foi em Guarulhos. A empresa parceira da Air Canada mandou as nossas bagagens para São Paulo – e não para o primeiro destino no Canadá. Eu fui chamada pelo microfone no desembarque para retirar duas malas de 32kg. Como eu faria para carregar malas e o carrinho com mochila, mala de mão e uma bebê de 8 meses berrando de tédio? Nem eu sei como eu consegui – mas foi 1h e meia para atravessar até o terminal internacional sem a ajuda de ninguém. Que caos, que cansaço, que raiva, que tudo.
Fiquei 6 horas esperando e usei todo o meu arsenal de guerra: galinha pintadinha, lanchinhos, nenê dente, e mamadeiras para acalmá-la. Consegui encontrar um casal de amigos muito queridos. Encontrei outro casal voltando para o Canadá, que acabaram cuidando das minhas malas pra eu trocar fraldas.
Segundo voo, mais tranquilo, o último, nem tanto
No segundo voo, levei as mesmas coisas que levei na ida. Não usamos nada. Minha filha dormiu com a roupa do corpo, não nos foi emprestado o bassinet porque ela já sentava sozinha (eu expliquei que ela não levantava sozinha, mas o canadense segue as regras à risca).
Realocaram um dos passageiros que estava ao meu lado e eu fiquei com um assento a mais para improvisar uma cama para a bebê. Ela dormiu o vôo inteiro. Foi um sucesso. Sem xixi, sem café da manhã (ela não me deixou comer e queria todas aquelas comidas ruins de avião em vez da dela) e sem dormir. Eu estava acabada.
Ficamos apenas 3 horas em Toronto e ela dormiu o tempo todo. Era a soneca da manhã somada ao cansaço. Embarquei para Calgary, cidade em que moramos, e foi o voo mais difícil. Mais uma vez apelamos para o arsenal de guerra, dessa vez mais pesado: com comida, mamadeira, galinha pintadinha, brinquedos maiores, copos plásticos, 4 trocas de fraldas (com número 2). Ela se entreteu bastante. Chorou muito e eu queria me jogar no chão e chorar.
O sufoco acabou quando saímos pelo desembarque e meu marido estava a nossa espera. Só sorrisos, lágrimas e uma dica para a vida toda:
Nunca mais viajar sozinha com bebê muito pequeno que só fique no colo. Nunca mais.
O que aprendemos de tudo isso: nunca mais viajar sozinha, levar a menor quantidade possível de coisas para carregar. Entender que não temos controle de tudo. Respirar fundo e pedir ajuda. E claro, aceitar ajuda quando oferecida.
6 Comentários
Nossa, Mariana. Li sua experiência agora. Também viajei com minha filha sozinha (ida e volta) e tive uma experiência super tranquila! Principalmente pelo fato de ter tido muita ajuda. As pessoas se ofereceram para empurrar minha mala de mão até minha poltrona e na saida, para pegar minhas malas na esteira e uma senhora até cortou meu café da manhã, pois a bebê estava acordada. Você foi uma heroina com todos esses contratempos
Oi Mari! Fico super feliz de saber que tu teve uma experiência boa de viagem, me dá esperanças de uma próxima viagem mais tranquila também. E obrigada, eu realmente me sinto uma super heroína depois de todas as vontades de chorar e de ter que ficar ali firme e forte até chegar em casa. Nós mães, que seres diferentes hein? hahaha Um beijo!
Oi, Mariana. Também sou de Porto Alegre e há 4 meses vim morar em Edmonton com meu marido e minhas GÊMEAS de um ano, na época. Morria de medo que acontecesse isso, pois vínhamos com 4 malas, duas mochilas, é duas bolsas de bebê. Mas, graças a Deus, as gurias dormiram os três voos inteiros. Foi super tranquilo, é nos momentos de conexão sempre teve gente se oferecendo pra ajudar. O mais complicado foi colo 100% do tempo. Haja braço!
Oi Denise! Que legal saber que foi tudo bem com vocês, espero que minha próxima viagem seja melhor também. Eu nem consigo imaginar a trabalheira com duas! hahaha Haja braço mesmo né! Gente, tem tanto gaúcho por aqui né? Coisa boa ver gente da nossa terra prosperando também 😀 Um beijo!
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