Cuidados com a saúde no inverno de Portugal
Uma das nossas maiores preocupações quando nos mudamos para Portugal foi com a nossa saúde. Afinal, saíamos de uma cidade quente de clima tropical onde é verão o ano todo, com temperatura média anual entre 26 e 28 graus (delícia). Desembarcamos em um país com as quatro estações muito bem definidas, onde moraríamos em uma cidade com um verão curto, morno, seco e de céu quase sem nuvens, e com um inverno muito frio (para não dizer congelante) e alta umidade. Uma cidade que ao longo do ano a temperatura varia de 5°C a 28°C (olha que louco!). Uma mudança desta, não tem organismo que resista. Por isso, é preciso muito cuidado.
Nossa experiência com a mudança de temperatura
Aqui em casa somos todos alérgicos. Temos rinite aguda e já tínhamos constantes crises lá em Fortaleza. Além da rinite, meu marido também tem asma. Bastava uma chuvinha ou um calorzão fora do comum para começarmos com espirros, tosses e tudo mais.
Imaginem aqui, com essa oscilação de temperatura? Por isso nos preocupamos. Antes de viajarmos, por recomendação médica, iniciamos um tratamento com antialérgicos. Cléo começou 10 dias antes da viagem, e permaneceu tomando por mais 10 dias depois que chegou. O marido e eu, começamos cinco dias antes e permanecemos por mais cinco após a chegada.
Segundo o médico, isso ajudaria nosso organismo a se preparar para a mudança de temperatura. E funcionou. Ficamos bem a primavera e o verão inteiros. No dia em que sentíamos algum desconforto, lavávamos o nariz com soro ou recorríamos a um comprimido de antialérgico, e ficávamos bem.
Mas aí o tempo esfriou e o corpo nordestino começou a sofrer. Estávamos todos tão bem que não nos preocupamos em nos preparar para as quedas de temperaturas.
Passamos boa parte do inverno com nossos narizes constipados e aos pingos. Durante esse período, precisei levar minha filha na emergência cerca de quatro vezes, em uma delas foi diagnosticado uma faringite e tivemos que entrar no antibiótico.
Portugal no inverno
Devido à multiplicação de infecções respiratórias e à descompensação de doenças crônicas, os serviços públicos de saúde estarão sempre lotados no inverno. Nessa época, a população mais vulnerável (crianças, idosos, doentes crônicos) recorre aos hospitais mais vezes, o que causa um congestionamento nos atendimentos. Por isso, é importante a prevenção.
Aqui em casa adotamos o uso forever do spray nasal com água do mar. Um médico otorrino indicou para minha filha e passamos a usar também. Quando a crise ataca, fazemos uso de corticóide nasal, que é menos agressivo do que o oral. Para nossa filha, administro antialérgico xarope, de acordo com o receitado pelo médico.
Também abrimos as nossas janelas por 5 minutos toda manhã para que o ar circule. Mesmo frio, é importante que o ar dentro de casa se renove. É importante também manter-se aquecidos. Usar meias, secar o cabelo após o banho. Quando estamos na rua, protegemos sempre as extremidades. Então, o uso de luvas, cachecol e gorro são obrigatórios para evitar um resfriado.
A Dra. Lara Capiberibe, médica brasileira que reside em Portugal há um ano, afirma que um dos mais importantes cuidados que se deve ter é não deixar com que a gripe invernal acarrete uma otite. Na gripe, o corpo produz mais secreções do que o normal e os seios nasais incham, impedindo que o líquido seja devidamente drenado. Esse líquido vai para o ouvido e é aí que surge a indesejada otite.
Leia sobre o Programa de Vacinação em Portugal
Para curar essa inflamação, é necessário o uso de antibiótico e é exatamente isso que se quer evitar, tendo em vista que esse medicamento afeta a flora bacteriana intestinal, além de outras consequências. Dra. Lara aconselha também que todos se vacinem contra a gripe, pois isso diminui e muito a probabilidade de ocorrências mais graves, como o uso de antibióticos e/ou internamento hospitalar.
Em Portugal, são ativados anualmente, entre 1o de outubro e 30 de abril, o Plano de Contingência Saúde Sazonal – Módulo Inverno. Uma ação da Direção-Geral da Saúde (DGS) para minimizar os potenciais efeitos do frio extremo na saúde da população. Com esse plano, as pessoas recebem orientação sobre os riscos e cuidados que devem ter a cada período do inverno, de acordo com as previsões meteorológicas. Além disso, o plano promove a prontidão dos serviços de saúde para que respondam de maneira eficiente ao aumento da procura . Incentivam, também, a utilização da Linha de Saúde SNS 24 (808 24 24 24) como primeiro contato. Para entender melhor clique aqui.

Banner Serviço Nacional de Saúde – arquivo pessoal
E a Vitamina D?
O inverno não chega mudando apenas a temperatura. O comportamento social também é alterado. As pessoas passam a procurar locais fechados. Os restaurantes, cafés, barzinhos deixam de ter opções de esplanadas. Essa concentração pode contribuir para a propagação de algumas doenças infecciosas. Tem ainda aqueles que preferem manter-se em casa, suspendem as atividades físicas, deixam de se expor à luz solar (mesmo pouco, o sol aparece no inverno) e nós já sabemos as consequências causadas pela falta de sol, não é?
O cérebro reduz a produção de serotonina, daí o risco de depressão fica mais alto. Minha recomendação é: tem sol? Vá para a janela, varanda ou pra rua e esteja pelo menos 15 minutos exposto ao sol. Segundo o Dr. Alberto Pereira da Silva, “se fizermos uma exposição entre 15 a 20 minutos diários, nas horas de pico do sol, o corpo produz cerca de 20 mil unidades de vitamina D”, enquanto um quilo de salmão ou dez latas de sardinha fornecem cerca de duas mil unidades”. Clique aqui para entender melhor os efeitos da vitamina D.
Nós não perdemos uma oportunidade de sol. Temos uma criança de 4 anos que precisa brincar. Então, mesmo frio, quando temos um dia ensolarado fazemos questão de levá-la a um parquinho ou pracinha, para espantar o desânimo e possíveis consequências de um confinamento de inverno.
E você, quais são as suas estratégias para lidar com o inverno? Nos conte!
3 Comentários
Muito legal a dica, gostei do post e vou passar para frente. Parabéns.
Olá Giovani, obrigada. Abraço e continua conosco, tem muita matéria boa por aqui.
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