Ciberbulismo é uma coisa séria.
Trata-se de um acontecimento que tem se tornado cada vez mais comum na sociedade, especialmente entre os jovens que estão progressivamente mais conectados. Recentemente a UNICEF divulgou que: todos os dias mais de 175 mil crianças do mundo se conectam à Internet pela primeira vez (uma a cada meio segundo); 1 em cada 3 usuários é uma criança; os jovens representam a faixa etária mais conectada – 71% deles estão on-line, em comparação aos 48% do total de dados populacionais.
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Problema que causa
“O ciberbulismo é um fenômeno muito grave porque em pouquíssimo tempo as vítimas podem ver a sua própria reputação maculada em uma comunidade muito ampla.”
Geralmente as mensagens ofensivas se difundem rapidamente entre um grupo de pessoas muito grande. Consequentemente, o indivíduo atacado não se sente mais ao seguro em nenhum lugar, porque o assédio o atinge através da web até mesmo em sua própria casa. Além disso, não é fácil cancelar a ofensa, que uma vez publicada na rede pode ser ré-lida e revista repetidamente.
O problema é que mesmo sendo feito virtualmente o assédio virtual causa grandes danos psicológicos. Para a vítima é complicadíssimo esquecer e superar a violência sofrida. Principalmente entre os jovens que estão crescendo em contato com todas essas novas tecnologias. Para eles a diferenciação entre a vida on-line e a vida off-line é realmente mínima. Hoje a vida on-line influência o modo de se comportarem off-line, as atividades que realizam na Internet ou através dos meios tecnológicos via de regra tem consequências em suas existências reais. Por isso, os resultados de um ataque do gênero são a corrosão da vontade de agregação e o consequente isolamento, implicando, por sua vez, danos da psique não indiferentes, como a depressão ou, no pior dos casos, idéias e intenções suicidas.
“Alguns adolescentes enviam 4000 mensagens por mês, ou a cada seis minutos. 73% dos adolescentes possuem um smartphone, com o qual está conectado ‘quase constantemente’.”
Outro fato alarmante é que os pais não sabem de nada. Muito por não terem acesso as redes sociais dos adolescentes. Mas não só, pesquisas europeias relatam que sete entre dez jovens estão convictos de que os sofredores de bullying on-line devem falar apenas com os seus amigos. Pais, professores e policiais são colocados em segundo plano, especialmente por estudantes do ensino médio. Os “grandes” são tidos como um mundo à parte mesmo por aqueles que poderiam receber ajuda e por isso permanecem sozinhos. Logo, pode ser necessário muito tempo até que um caso venha a luz.
Como reconhecer
As vítimas, os agressores e os espectadores do bullying na rede muitas vezes hesitam em falar a respeito. Consequentemente, é difícil para os membros da família e para os professores perceberem o problema.
Embora os sinais de ciberbulismo não sejam facilmente reconhecíveis, existem alguns reveladores:

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Como prevenir o bullying na web
“Todos somos chamados a nos comprometermos com a proteção dos menores no mundo digital”, adveritu o Papa em um tweet.
A prevenção do bullying on-line passa pelo uso correto da Internet e para isso se faz necessário quatro coisas: conscientização, informação, educação e regras.
Para começar, os pais devem fazer a sua parte prestando atenção na utilização que os seus filhos fazem do celular e das redes sociais. Mesmo existindo a proibição de se inscrever nas redes sociais antes dos 13 anos de idade, a criança acessa e interage com os diversos aplicativos dos smartphones e tablets de seus genitores. De tal modo, os adultos são os primeiros a quebrarem as regras ao os permitirem acesso apesar da proibição.
Ademais, os genitores e os professores podem apoiar as crianças dando conselhos, mostrado e discutindo com eles sobre as consequências que os seus comportamentos podem ter na web e o que o ciberbulismo significa para as vítimas. Nesta circunstância, é essencial implementar comportamentos responsáveis, para que eles não sejam autores, vítimas e nem mesmo aqueles que assistem sem reagir.
Instruir para aumentar a consciência do risco. É importante salientar que a melhor forma de se proteger do ataque cibernético é tratando seus próprios dados pessoais e outros críticos com máxima sensibilidade. E de que é possível se salvaguardar mantendo sempre um comportamento respeitoso, evitando publicar dados e informações confidenciais em seu perfil (por exemplo, fotos embaraçantes ou muito despidas), cuidando de aceitar apenas as amizades pessoais, e protegendo a sua esfera privada através dos critérios de configuração de segurança das suas redes. “Um em cada três adolescentes deixa o conteúdo compartilhado nas redes sociais sempre visível para ‘todos’, mais da metade está ciente de que o que é postado pode ser viralizado por outros.”
“A garotada on-line se sente em casa, só que eles precisam entender que é uma casa com paredes transparentes. Qualquer um que forneça informações pessoais ou publica imagens em blogs, redes sociais ou fóruns se torna um alvo potencial.”
Também deve ser ensinado que o ciberbulismo pode constituir uma violação do Código Civil e do Código Penal, isto é, os molestadores podem ser enquadrados como criminosos.
Fale explicitamente com o seu filho sobre o bullying on-line. Deixe-o explicar o que já conhece e acrescente o que você também sabe a respeito. Ou façam juntos uma pesquisa sobre o assunto. Discutam quais podem ser os motivos do assédio virtual. Peça a seu filho que pense sobre o que ele faria se alguém o perseguisse na Internet ou através do celular. E deixe bem claro que qualquer criança ou jovem que for alvo de ciberbulismo não deve responder ao ataque, mas pedir ajuda aos pais, professores ou a outro adulto confiável.
Ensine sobre a segurança na web. Estabeleça uma comunicação baseada na confiança com seu filho, esteja interessado em como ele usa os seus meios de comunicação e converse a respeito. Deixe-se explicar o que o fascínio da mídia consiste para ele ou quais são os seus medos. De vez em quando, como genitor, você deve ter a permissão para ver o conteúdo por ele publicado na web. Faça acordos sobre como será esse acompanhamento e o seu uso das mídias sociais. E esteja disposto a adaptar constantemente este combinado. À medida que cresce, o seu filho vai querer decidir o que te mostrar ou não. Aceite isso, e aos poucos vá dando mais liberdade, ao mesmo tempo, em que deixa claro que está à sua disposição se ele precisar de você.
A UNICEF Itália tem este guia bem bacana de “Come parlare ai bambini del web“.
No próximo post vou falar sobre como agir quando o ciberbulismo acontece com ou perto de você.
Torno subito!
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*Citações e fontes: Cyberbullismo | Cyberbullismo: cos’ è? | Assédio virtual | Bullismo e Cyberbullismo | Cyberbullismo – rovinare una persona su Internet | Come si distingue il mobbing dal cybermobbing? | Come si riconosce il cyberbullismo? | Come si diffonde il cyberbullismo? | Come si possono proteggere i giovani? | In che modo i genitori e la scuola possono prevenire il cyberbullismo? | Come reagire al cyberbullismo? | Chi pratica il cyberbullismo si rende punibile penalmente? | Documenti utili sul cyberbullismo per genitori e insegnanti | l cyberbullo… | Cyberbullismo, sette adolescenti su dieci non chiedono aiuto | LEGGE n. 71/2017 | La situazione del cyberbullismo in Italia | Cyberbullismo, 354 denunce alla Polizia nel 2017 | Lotta al cyberbullismo, il testo è legge. I ragazzi potranno chiedere oscuramento dei siti | Accordo tra Garante privacy e Polizia postale contro il cyberbullismo | In Italia 2 ragazzi su 3 sono stati vittima di cyberbullismo | Un adolescente su dieci vittima di cyberbullismo Ecco i consigli degli esperti | Bullismo e cyberbullismo, Italia tra dieci paesi dove avviene di meno ma fenomeno in crescita | Il cyberbullismo è un vero allarme, in Italia nel 2017 quasi un caso al giorno | Cyberbullismo: la legge pubblicata in Gazzetta | Cyberbullismo: riflessioni critiche sulla nuova legge | Cyberbullismo in Gazzetta Ufficiale: la legge in sette punti | Il cyberbullismo: emanata la legge n. 71/2017
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