Se quiseres poder suportar a vida, fica pronto para aceitar a morte.” )Sigmund Freud)
Assim como Freud, eu também venho tentando entender a mente, melhor dizendo, a minha mente. Para ser mais precisa, entender o lado mais obscuro da minha mente. Tenho a plena consciência de que tudo está interligado em nossa mente, nossos desejos, emoções e sentimentos. O nosso inconsciente é algo que pode influenciar positiva ou negativamente a nossa vida.
E é aí que entra o bendito Covid. Esse vírus fez uma desordem na mente de muitas pessoas e principalmente na minha. Ele trouxe à tona algumas manifestações que estavam escondidas lá no fundinho do baú. Uma delas o medo. O medo do que o futuro nos reserva, medo de morrer, medo de perder alguém próximo, medo de perder um parente querido e medo por estar longe da pátria.
Testaram positivo para o Coronavírus, e agora?
A creche em que trabalho fechou e tivemos que ficar de quarentena. Três colegas e uma criança contraíram o Covid. No primeiro momento levei um baita susto, fiquei com muito medo e muito insegurança.
Naquele momento, era muito importante não permitir que o medo fosse determinante. Eu tinha minha família para cuidar e principalmente passar tranquilidade para meus filhos.
Por mais medo que eu tivesse, era necessário manter a calma e o equilíbrio. A verdade é que, eu não tinha muito o que fazer, a não ser ter paciência e tentar me manter calma. Já sou ansiosa por natureza e me manter calma foi uma tarefa quase impossível.
Eu conversava comigo mesma e tentava explicar para o meu cérebro que eu tinha que manter a calma. Por mais que eu tentasse, surgiam milhões de pensamentos ruins na minha cabeça.
Insegurança: Crer ou não crer, eis a questão!
Passado o susto, relaxei e achei que não seria tão ruim ficar em quarentena. A verdade é que eu, não fazia a mínima ideia do que seria esse isolamento social. Imaginei que eu teria alguns dias livres, mais contato com meus filhos e que poderia, finalmente, fazer as coisas que havia deixada de lado de fazer por falta de tempo.
A primeira semana foi maravilhosa, conversamos muito, batemos altos papos, demos boas risadas. Pois é, parecíamos uma família feliz de comercial de margarina. Tudo perfeito, ou melhor dizendo, quase perfeito.
Na segunda semana, ja estávamos entediados. Cada um no seu canto e os meninos já com os nervos a flor da pele. Eu tinha plena consciência, que o convívio familiar é uma tarefa super difícil, mas nao imaginava, que aqueles poucos dias seriam tão desgastantes.
Enfatizo que amo muito os meus filhos, mas tinha hora que dava vontade de “pegar o beco” e sumir (“pegar o beco” é uma expressão do Amapá). A verdade é que os nossos laços familiares foram colocados à prova.
Mudanças às vezes são necessárias
Eu tive que aprender a ter paciência e contar até mil para não explodir. Fiz da música minha terapia, do crochê minha meditação e da fé, minha companheira. Estávamos todos muitos sensíveis e qualquer coisinha já era um bom motivo para discutir. A impressão que eu tinha, era que nosso emocional estava muito abalado e que de uma hora para outra poderíamos surtar.
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Este período tem sido desafiador, ele tem nos dado lições tremendas que irão transformar para sempre as nossas vidas. Transformações em relações aos nossos hábitos, nosso estilo de vida e a maneira como nós nos relacionamos com as pessoas. Foi de uma hora para outra, que tivemos que passar a usar máscaras e perdemos a nossa liberdade de ir e vir. Tudo muito louco né? Me fez lembrar o samba da Mocidade Independente de Padre Miguel “Desse mundo louco, de tudo um pouco, eu vou levar para 2001“. E o que eu levarei para 2021? Fé!
Vale ressaltar que as medidas adotadas não foram por força de uma lei, mas como uma atitude sensata a fim de combater um inimigo invisível que poderia destruir o mundo.
O Covid nos trouxe a necessidade de nós readaptarmos, do distanciamento social e também de viver confinados. Sem contar, que as famílias tiveram que se redescobrir diante de uma nova rotina. Eu tive que inserir no nosso dia a dia, porções de virtudes. Virtudes estas que ao longo da crise acabamos esquecendo.
Coragem para enfrentar a crise, o otimismo de que tudo vai acabar bem, muita paciência para saber esperar as coisas voltarem ao normal, gratidão por estarmos vivos e com saúde. Empatia com o próximo, compaixão e sabedoria para lidar com as coisas que nós não podemos mudar.
O nosso convívio familiar, que era antes de poucas horas, passou a ser de muito tempo. Sendo assim, surgem muitos conflitos, desavenças e brigas, mas o amor é capaz de superar tudo.
Quanto tempo o tempo tem?
Nesse meio tempo, eu também tive uma infeção no estômago e achei literalmente que iria morrer. Temos que admitir que, o Covid bagunçou com a vida, a cabeça e a rotina de todos. E comigo não foi diferente.
De novo a insegurança e a incerteza mexendo com o meu psicológico. Foi então que comecei a pensar e refletir sobre a minha vida, o que eu desejo e quero fazer depois que essa pandemia passar.
Quanto tempo eu ainda tenho? Não posso responder, mas uma coisa eu sei: não quero mais perder tempo com coisinhas pequenas e quero viver intensamente o tempo que ainda me resta.
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Sabemos que, somente uma ensaboada e uma enxaguada rápida não são suficientes para eliminar todos os vestígios do vírus. A melhor maneira de se prevenir do Coranavirus, é lavando as mãos e usando máscaras. A higienizacao das mãos é a principal maneira de combater o vírus e por incrível que pareça há muitas pessoas que não seguem essas regras simples.
Vejo pessoas com poucos recursos pagando com suas próprias vidas, especialmente entre conhecidos no Brasil. Me corta o coração em ver como as pessoas são egoístas, pois com atos tão simples podemos previnir e promover o bem estar de todos. Uma pena que muitos ignoram!
Estas mudanças são fundamentais para salvar vidas. Se quiser acesse o site da Organização Mundial da Saúde.
E a vida?
A vida é realmente um sopro. Tudo pode acabar num instante. Mesmo assim, algumas pessoas, continuam sendo egoístas, desumanas e soberbas. Eu acredito que o Covid veio para mostrar e provar que nós não somos nada. A única certeza é que viemos do pó e ao pó voltaremos.
Apesar de ver, tanta tristeza e a devastação que o Covid vem fazendo no mundo, eu tenho a obrigação de seguir em frente. A Madre Tereza de Calcutá sempre dizia que:
Sozinha não posso mudar o mundo, mas posso lançar uma pedra sobre as águas e fazer muitas ondulações“.
Não tenho pretensões de mudar o mundo, não! Mas quero espalhar sororidade, palavras positivas, sorrisos, orações para os que precisam, boas energias, positividade, harmonia e muito amor.
Hoje a única certeza que tenho, é que minha vida, nunca mais será a mesma quando tudo passar.
2 Comentários
Parabéns!
Amei .
Olá Vilma, obrigada pelo comentário e que bom que você gostou😉
Uma semana iluminada para você.
Um abraço virtual🙅🏿♂️