Quando decidimos mudar da Nova Zelândia para a Austrália, confesso que pensei que seria uma transição bem tranquila. Já havia visitado a Austrália algumas vezes, acreditava que a cultura e até arquitetura eram parecidas, o inglês também é uma língua oficial por aqui, então nem me preocupei tanto com a mudança e adaptação .
Além de tudo estava mudando para Gold Coast, que é uma cidade linda, praiana e com diversos parques de diversão a nosso dispor como:
- Dreamworld para saber mais clique aqui
- Seaworld para saber mais clique aqui
- MovieWorld para saber mais clique aqui
- Wetn’wild para saber mais clique aqui
- Curribim Wildlife Sanctuary para saber mais clique aqui
- E muito mais!
Sendo assim, acreditava que tinha muito mais que ótimos argumentos para convencer minha filha, que estava com seis, anos de todas as vantagens da nossa mudança.
Mas para minha surpresa a nossa adaptação foi cheia de pequenos e grandes desafios.
Dificuldades
Isso aconteceu há mais de um ano, e decidi escrever sobre este tema pois imagino que muitas de nós expatriadas ou aspirantes expatriadas podemos “julgar” que a transição será tranquila e ser pegas de surpresa por dificuldades que poderiam ser evitadas.
Numa realidade ideal, eu teria vindo para Gold Coast com meu marido ou sozinha e visitado as escolas, bairros, organizado tudo para a mudança num início de ano letivo com tempo suficiente para nossos móveis chegarem e os brinquedos das minhas filhas, preparando para uma transição mais tranquila.
No nosso caso não foi bem assim, ficamos sabendo da mudança e tivemos que decidir tudo em menos de dois meses. Incluindo venda de casa, carros, empacotar e vender móveis que não viriam.
Leia mais: Adolescência e mudança de país: similaridades no processo de reconhecimento e adaptação
E imagino que em muitos casos não é realmente da forma mais perfeita. Por isso vou dividir contigo, os pontos em que enroscamos e como poderíamos ter feito isso de uma forma mais tranquila.
Algumas atitudes simples poderiam ter nos ajudado e muito, como por exemplo:
- Poderia ter me comunicado, (além de conversas pelo Facebook), ligado se possível para três – cinco famílias e entendido mais sobre método de ensino, dicas de boas escolas, bairros etc.
- Poderia ter pesquisado três opções de bairros que gostaríamos de morar, e já organizado as aplicações de algumas casas antes mesmo de vir. Esse website te deixa procurar casas e tem o perfil demográfico dos bairros clique aqui
- Após a decisão pelos bairros potenciais poderia ter escolhido três escolas potenciais e organizado uma ligação ou encontro online com a diretor(a) para entender melhor sobre o número de crianças, rotina, currículo de ensino etc. Neste website você consegue acessar informações de várias escolas por estado na Austrália.
- Eu já havia visitado a cidade, e até passado férias por aqui com minha filha mais velha, sendo assim poderia ter impresso as fotos da nossa viagem e reavivado com ela todos os sentimentos bons do local, os lugares que poderíamos visitar novamente e até as comidas gostosas que experimentamos da primeira vez.
- Poderia ter feito uma pesquisa sobre babás e contratado ajuda para as duas semanas iniciais, onde tivemos que organizar vários documentos, comprar carro, organizar o apartamento que alugamos semi-mobiliado e comprar utensílios domésticos etc. Você pode pesquisar indicações de babás brasileiras pelos grupos de mães da região no Facebook, caso prefira através de uma empresa, que já organiza referências recomendo este website , já usei algumas vezes e gostei muito das forma delas trabalharem.
- Teria vindo com pelo menos duas semanas de antecedência, antes de iniciar escola ou trabalho novo, para iniciar esta jornada com calma.
- Poderia ter organizado dias de descanso com uma rotina leve e sem tantos compromissos e visitas ás casas e dias de muita diversão, de praia e parques para aliviar a tensão e melhorar o humor de todos.
- Poderia ter pré organizado algumas compras, como supermercado, coisas de casa para retirar ao chegar aqui, evitando assim ter que ir comprar com as crianças cansadas e sem muito saber onde ir.
- Organizado tempo para nós, adultos, para também assimilar a mudança, descansar de todo o processo e da responsabilidade sem pausa das crianças e de todas as decisões que estávamos tomando.
Leia também: Adaptação das crianças em outro país
Os pontos que mais foram complicados para minha família:
- Ficamos desapontados com a escola pública, que na minha opinião pessoal e profissional (visto que trabalhei com educação por sete anos na Nova Zelândia) as escolas públicas da Nova Zelândia têm melhor desempenho em vários setores e infraestrutura. Acabamos optando por matricular minha filha numa escola particular após alguns meses.
- Alugar uma casa/apartamento foi mais difícil e concorrido do que previsto. Eu havia escolhido um bairro próximo da praia, com uma escola que tinha boas referências, também havia pesquisado disponibilidade de casas e apartamentos. Mas, quando chegamos e fomos visitar mais de seis opções, somente uma se tornou uma opção real, aplicamos, mas o dono decidiu tirar a casa do mercado, sendo assim não tínhamos nenhuma outra opção, senão começar a busca do zero.
- Na mesma semana achamos o apartamento que alugamos, mas não havia pesquisado a área para escola e não fiquei contente com a escola do bairro.
- O calendário de vacinas infantil é diferente da Nova Zelândia e tivemos que levar nossas filhas para tomar as vacinas faltantes, o que nos causou alguns dias com crianças mais irritadas e com um pouco de dor. Cheque aqui as vacinas
- Assumindo muitas similaridades foi mais difícil se abrir para a cultura local, que é bem mais direta que os vizinhos kiwis.
- Até para a abertura de contas bancárias achamos mais burocrático, mesmo sendo a mesma marca de banco nos dois países.
Acho que se pudéssemos ter tratado os itens desta lista com leveza e até brincadeira poderia ter sido uma transição bem mais calma, mas por estes e muitos outros motivos que não estavam no nosso controle nos sentimos muito mais pressionados e algumas vezes foi mais estressante do que poderia ter imaginado.
Portanto, se você está planejando a mudança, mesmo que seja para um país vizinho se programe e considere como as crianças estarão, pois muitas vezes elas não irão expressar com palavras, mas como um comportamento diferente, brigas, e a gente precisa estar super bem para ter uma dosagem extra de paciência e carinho na mala. Se organize, peça ajuda, relaxe e deixa a nova aventura tomar forma!
3 Comentários
Olá Roberta, obrigada por dividir sua experiência. Mudar já acho complicado🤦🏾♀️. Me mudei mês passado de bairro e já foi uma loucura. Imagino como foi para você. Legal que você escreveu sobre o tem.
Boa quarta-feira 😘
Obrigada Luciana, toda mudança traz junto muito reajuste =) Obrigada por ler.
[…] Eu me mudei da Nova Zelândia para a Austrália em Abril de 2019 e minhas duas filhas nasceram na Nova Zelândia. Neste texto conto um pouco sobre nossa mudança clique aqui […]