Morar no exterior era um desejo acalentado de tempos em tempos, mas longe de ser um projeto concreto. Não temos dupla cidadania e eu e meu marido (na época namorado) já havíamos feito a experiência 13 anos atrás – viver em Londres, aprender inglês, dividir apartamento com desconhecidos, trabalhar fora da nossa profissão para pagar as contas e juntar dinheiro para uma volta pela Europa. Foi um sonho realizado! Daí a largar tudo, mudar de país e cair no mundo com uma filha era uma situação totalmente diferente. A chegada de nossa menina fez da decisão de partir e “morar fora” uma espécie de entidade distante e inatingível.
Mas a vida tem suas surpresas. E assim, em fevereiro de 2017, quando todos caíam na Folia de Momo, nossa fantasia tornou-se real: uma boa proposta de emprego na Holanda para o marido. E, com ela, uma avalanche de dúvidas e incertezas. Não havia como nem porquê recusar. Era a melhor notícia que poderíamos ter. Mesmo assim, nunca foi tão difícil dizer sim.
Eu imagino o que você está pensando. Ouço esses mesmos questionamentos do meu subconsciente. O tempo todo. Afinal, qual a dificuldade em se mudar para um país desenvolvido com uma das maiores qualidades de vida do mundo, onde educação, saúde, dentista e trem (!) são de graça para as crianças, você recebe ajuda de custo por cada filho, vê seu (alto) imposto sendo aplicado num sistema de transporte e infraestrutura eficientes, além de ter segurança e liberdade em uma sociedade com consciência política e cidadã?
Bom, a verdade é que eu tinha 36 anos e uma filha de 6 que ainda estava aprendendo a escrever. Uma criança sociável e inteligente, neta e sobrinha única dos dois lados, repleta de amigos que ela vinha acumulando e conservando – acreditem! – desde o maternal, que fazia ballet e natação, amava sua escola e morava no Rio de Janeiro num prédio onde tinha amigos que dormiam lá em casa e era muito feliz. E nós, seus pais, estávamos decidindo (à sua revelia) mudar a sua vida por completo.
Numa tacada só ela perderia a convivência rotineira com as avós, dindos e amigos que ela tanto ama; deixaria para trás o ambiente onde se sentia segura e confortável, dominava os espaços, as relações e a língua. E ainda teria que dar um “até qualquer dia” para o calor e o mar, caindo de paraquedas em um país com uma língua que ela nunca ouviu e não compreende, que tem um clima instável, uma comida estranha, nenhum rosto familiar além dos seus pais e está a cinco horas na frente no fuso horário, o que dificultava ligações por Skype e coisas do gênero.
A questão é que as grandes decisões são sempre desafiadoras. E tomá-las pelo outro acrescenta uma responsabilidade gigantesca. E assustadora. Mas é isso que os pais, como adultos, fazem: avaliam e decidem o que consideram ser o propício, o possível, o melhor, o certo para a vida de seus filhos. É nosso papel.
Porém, não somos infalíveis, não é mesmo? Erramos muito, ainda que tentando acertar.

Foto: Arquivo pessoal.
Não tenho dúvidas do quão maravilhoso é esse momento e quanta coisa positiva essa oportunidade trará para a vida de minha filha. Mas a maioria das pessoas vê a decisão de mudar para um país “melhor” somente por esse prisma. Ai de quem ousa dizer que, apesar de lindo, é dolorido, difícil, sofrido! Então, paralelo às certezas me vinham questionamentos: uma mudança dessa magnitude nessa fase da vida determina gostos, modo de pensar, referências culturais, lembranças da infância, amigos que levará para a vida, a relação com a família que ficou no Brasil… Estamos preparados e dispostos?
A minha preocupação não era tanto a adaptação, pois ela sempre demonstrou força e facilidade surpreendentes nas momentos de transição. E criança, como se sabe, aprende rápido. Mas isso não significa que seja fácil para elas. Não quer dizer que elas passem tranquilamente sem sofrer, sem temer, sem chorar. E era a certeza do seu sofrimento que me amedrontava.
O que eu tento fazer, desde que tomamos a decisão de mudar de país, é estar presente. De uma forma que nunca pude estar antes – integralmente. Procurei me colocar no lugar dela: uma criança para quem não adianta falar “isso vai ser importante para o seu futuro”. Crianças não têm perspectiva do tempo e só se importam com o que entendem: o aqui e o agora. Tentei então entrar no mundo dela para, a partir dele, encontrar as referências que pudessem ajudá-la nos momentos dolorosos da saudade, da solidão, do se sentir insegura ou excluída:
- Cerquei-a de amigos e da família e fiz dos últimos dias no Brasil um intensivão de amor e boas lembranças que pudessem sustentá-la emocionalmente na distância;
- Deixei para trás móveis e roupas, e enchi as malas de livros infantis e cadernos escolares para manter o fluxo do aprendizado e a conexão com a língua materna;
- Trouxe seus brinquedos e enfeites de quarto preferidos para não perder as referências com a única casa que ela até então conhecia, tornando o novo lar menos estranho e mais acolhedor;
- Estimulo a escrever cartas e falar por vídeo e áudio com os amiguinhos no Brasil, ao mesmo tempo que promovi a amizade com crianças de língua portuguesa aqui;
- Passeamos muito pela nova cidade para apreciar e absorver tudo que o novo traz de espetacular;
- Permiti que ela experimentasse a vantagem da liberdade que a segurança nos dá e deixei que brincasse muito nos parques e parquinhos a todo instante que podia e queria;
- Fico atenta às mudanças de humor e de comportamento e respeito seus momentos.
Hoje, dia 1o de dezembro, completamos quatro meses de vida nova em Rotterdam. A segunda maior cidade da Holanda é, já tenho certeza, um dos melhores lugares do mundo para se criar filhos. Minha filha está se adaptando bem, forte e alegre. Tem amigos, gosta da escola, enfrenta com resiliência o frio, ama o estilo de vida de ir de bicicleta para a escola (e para todo lugar) e está aprendendo rápido a língua holandesa. E, o que para mim é o ponto crucial e faz toda a diferença: ela está feliz por estar com a sua família e por lhe dedicarmos tempo e atenção.
Ainda temos dias difíceis e não diminuo nem ignoro seus sentimentos. Tento fazer com que ela se sinta compreendida e sou sincera: também não é fácil para mim, minha filha! Garantir que vai dar tudo sempre certo seria uma afirmação prepotente. O que tenho certeza é que nunca fomos tão unidas e isso já fez desta a melhor de todas as mudanças.
35 Comentários
Carol
Vocês 3 formam uma Família muito consistente
Desde quando os conheci ainda jovens, mas determinados, dava para sentir que vocês faziam diferença; não esqueço o tempo da religiosidade que causava inveja sadia de todos….
Mais à frente com a filha, o trabalho exaustivo de vocês dois, aos mais próximos chamava atenção!
nos últimos meses dava para sentir que era um ciclo que se fechava com sucesso, e o que se apresentava aqui eram oportunidades menores do que as que mereciam!
Vocês não foram procurar, vocês foram crescer… !
…e certamente irão !
Beijo do primo!
Flávio, meu querido, muito obrigada pelas palavras, prla acolhida de sempre, pelo carinho e pela torcida. Amamos vocês e caminhamos na certeza de que, onde quer que formos, levamos os nossos no coração. Um beijo muito carinhoso em você e na Mara!
Carol como esta sua vida agora , quase 3 anos depois da mudança?
Oi, Vanessa! Ainda não tem três anos, não. Na verdade, estamos há 1 ano e 7 meses. Estamos bem e felizes, graças a Deus. Alice está completamente adaptada, falando holandês fluentemente e sem sotaque e em setembro começam as aulas de inglês também. Ela está numa turma regular, depois de passar um ano em uma escola com programa especial de integração e intensivo de holandês para estrangeiros. Estuda do lado de casa e vai sozinha pra escola 🙂 Já tem muitos amigos no bairro, além do grupo de brasileiros que foi nosso grande apoio aqui na fase de adaptação – e até hoje! Formamos uma grande família que se ajuda e faz a saudade do Brasil um pouco menor. Eu estou retornando para as aulas de holandês e dou aula de português para estrangeiros, faço traduções e edito esse blog. A vida tá caminhando, com mais tranquilidade. Ando muito de bicicleta e hoje consigo sentir as horas passarem e ver minha filha crescer. Mas meu lugar continua sendo o Brasil e o Rio. Quem mora fora vive uma ausência constante. A gente aprende a lidar. um beijo pra vc!!
Amei seu depoimento ,muito sincero e verdadeiro. Suas incertezas e preocupações em relação à adaptação de sua filha procedem, mas você já está percebendo o quanto está tudo indo bem e o quanto tem fluído naturalmente esse processo. Ótimo texto para ajudar outras mães na mesma situação.
[…] Quer saber mais sobre a aventura de mudar do Brasil para a Holanda? Leia Mudar de país com filhos pequenos: coragem ou loucura? […]
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[…] coragem deve ser redobrada, ao ponto da loucura, como bem escreveu a Carol Medeiros em seu texto “Mudar de país com filhos pequenos: coragem ou loucura?”. E uma das questões que mais nos assusta é a […]
[…] Leia também: Mudar de país com filhos pequenos: coragem ou loucura? […]
Carol, vc escreveu exatamente o que sinto qdo a possibilidade de mudar de país fica cada vez mais real e o impacto disso na vida das criancas. Nao sao só flores. A vida da crianca muda completamente…é a vidinha daquele serzinho em nossas maos. Meu maior medo é a adaptacao do meu filho. Posso conversar com vc? Se sim, como? Obrigada.
Claro que pode, victoria. Me envie um email ou me adicione no face! Vamos trocar impressões e nos ajudar.
Email: carolinamsoares@gmail.com
facebook.com/carol.medeiros.5099
Beijos
Maravilhoso texto! Me emocionou! Estamos nos preparando para mudar este ano. Tenho dois meninos 4 e 8 anos. E eu estou animada mas sofrendo por eles… Obrigada por compartilhar conosco sua experiência.
Que bom que você gostou. Tenho certeza de que tudo ficará bem e você e sua família viverão uma experiência incrível e você estará proporcionando uma oportunidade inigualável para eles. Um beijo, Carol.
Fiquei muito emocionada com o seu depoimento, tenho 23 anos e um filho de 4 anos. Estou me preparando para me mudar ano que vem (2019) para Flórida e tenho essa preocupação com o meu pequeno. Como as professoras lidam com crianças que vem de outro pais ? São atenciosos e pacientes ?
Gláucia, temos muitas mães brasileiras morando nos EUA e escrevendo pro blog. Dá uma pesquisada e entre em contato direto com elas. Tenho certeza de que elas poderão te ajudar. E esteja presente nesse início. Converse com a professora. Vá a escola. SE puder, se ofereça como voluntária. Não se envergonhe de ser “entrona” ou perguntar demais. São nossos filhos em um ambiente novo e, de início, assustador para eles e para nós. MAs, com o tempo, vamos dominando esse novo ambiente, a rotina, o trato com as pessoas. E quanto mais conhecemos, mais tranquilas ficamos. Boa mudança! Vai dar tudo certo!!!
Carolzl, gostei muito do seu artigo, tenho muitas dúvidas, como faço pra entrar em contato com você.
Oi, Joelly. Me mande um email: carolinamsoares@gmail.com Ou me adicione no facebook : facebook.com/carol.medeiros.5099
Será um prazer conversar com você! Beijos
Olá Carol, amei seu post, estou nesse momento que você esteve a pouco,cheia de dúvidas , felicidade e muito receio. Principalmente pela a minha pequena de 6 anos, tenho um bebe também de 8 meses, ele eu acredito que nao vá sentir tanto. ops, mas deixa eu explicar! meu marido passou em uma seleção e vai mudar pra Holanda, ele vai primeiro e eu depois com as duas crianças. Até agosto se der tudo certo com a burocrascia dos vistos e autoriração de viajem da minha filha, ja que ela é do meu primeiro casamento. Pois é! muitas coisas para serem resolvidas, muitas dúvidas e medo. Estamos naquele momento de qual bairro morar, onde tem as melhores escolas, mas acredito que todas sao boas, mas e no nosso caso de expartriados? Carol será que posso entrar em contato com você, se nao for ,uito incomômodo? desde de ja agradeço pela a ajuda que você nos dá com seus posts.
Abraço,
Oi, Natalia! Claro que pode! Meus contatos estão abaixo, na resposta pra Victoria. Será um prazer falae com você e te ajudar com o que eu puder. Me manda mensagem e a gente troca telefones! Beijos
[…] Leia mais sobre O início das novas amizades na infância e Mudar de país com filhos pequenos: coragem ou loucura? […]
Oi Carol, adorei seu post. Me vi nos seus depoimentos. Nos mudamos para a Polonia em Julho/2016 na epoca meu filho tinha 7 anos e minha filha 2.5. A pior parte do sim foi exclui-los do convivio da familia….Fiz exatamento como voce, deixei coisas minhas e do meu marido para trás para ter espaco nas malas para as lembrancas deles… enfeites de quartos, cortinas e por ai vai…tudo pensando em deixar o novo lar mais parecido com o que eles conheciam. Nossa dedicacao a eles foi total….doia meu coracao quando meu filho ia brincar e nao conseguia entender uma palavra….Mas hoje depois de tantos obstaculos estamos mais unicos e certos que fizemos a melhor escolha. Meu filho já fala super bem o polones e o ingles, pois optamos por uma escola internacional, apesar da escola publica ser excelente. A liberdade de poder brincar sem medo, foi uma das nossas grandes aliadas e hoje falo com toda certeza que consigo ver a felicidade nos olhos deles. A saudade sempre estará presente, mas estamos conseguindo conviver em harmonia. Grande Abraco.
Oi, Fabiana! Que lindo essa nossa troca e vermos que em todo lugar do Globo tem alguém passando pelas mesmas angústias, desafios e vitórias que a gente. Também consigo ver a felicidade nos olhos da Alice e isso me fortalece e conforta. Como você disse, a saudade estará sempre em nós. Mas a vida é feita de escolhas e estas sempre pressupõem deixar algo “para trás”. Que bom que está dando tudo certo pra vocês aí e obrigada pela leitura!! beijos
Olá Carol! Que alívio ler o seu texto!! Meu marido acabou de aceitar uma proposta para a Noruega e estou passando exatamente por este momento de tensão e incertezas com a nossa filha de 05 anos. Família, amigos, costumes, escola.. enfim! Conforta um pouco o coração saber que todos que enfrentam essa mudança de país passam por isso. Melhor ainda saber que passa e que vale cada segundo! Você tem alguma dica sobre escolas? Minha maior dúvida é se coloco ela na escola pública ou na internacional. Agradeço muito qualquer ajuda, dica, luz..rs! BJs!!
Mariana, tudo bom?
Que bom que o texto foi de alguma ajuda para você. Eu tenho um texto que fala justamente sobre a escolha da escola da Alice (se você clicar no meu nome no artigo que leu abrirá para você todos os meus textos e você poderá encontrar os outros). No nosso caso, optamos por uma escola pública holandesa que tem um programa de integração onde crianças estrangeiras aprendem de forma intensiva o idioma. Isso porque nossa intenção ao vir para cá foi ficar pelo menos 3 anos, então queríamos que ela se integrasse o quanto antes. Todos os holandeses falam inglês porque aprendem na escola, assim como outro idiomas. Então eu tinha certeza de que ela aprenderia o inglês de qualquer forma. O meu foco nesse primeiro momento era fazer com que ela se adaptasse o quanto antes, se sentisse em casa e pertencente a esse lugar e falar o idioma local é o primeiro e mais importante passo para isso. As crianças holandesas não falam inglês. No parquinho, no bairro, nos parques… elas falam holandês. Então não adiantaria para a Alice agora novinha aprender outra língua que não fosse a que a ajudaria a fazer amigos. Em 10 meses, ela recebeu o diploma de proficiência em holandês. Então, ela começará o próximo ano letivo, em agosto, numa escola perto de casa, numa turma regular e no ano que vem começam já as aulas de inglês. Contei isso tudo para que você entenda a perspectiva da nossa escolha, o que colocamos na balança. Um dos motivos de se mudar para cá foi oferecer uma educação de qualidade e gratuita para ela. E as escolas daqui são excelentes, assim como as da Noruega!!!! Em minha opinião, colocar em escola internacional só faz sentido se vocês sabem que a estadia é temporária e não superior a dois anos ou se os filhos já são adolescentes. Mas, claro, essa é a minha opinião, o meu ponto de vista. Não há certo ou errado. Há o mais apropriado para cada família. Espero ter ajudado! Sigo às ordens. Beijos e boa sorte!!!
Bom dia Carol! Como outras mães já falaram aqui, seu texto ajuda a tranquilizar em momentos de decisão de mudar de país. Meu esposo está sendo transferido para Rotterdam, e eu estou grávida. Temos passado dificuldades com a família que não aceitou bem a decisão. Pois como a sua filha, a nossa é a primeira neta, primeira sobrinha, e primeira bisneta. Seria ótimo pode conversar e trocar experiências com alguém que já mora na Holanda≥
Oi, Tali! Fique à vontade pra me mandar email e podemos trocar figurinhas. Será um prazer: carolinamsoares@gmail.com
beijos e fique calma. As coisas se ajeitam e com o tempo a família verá a felicidade e tranquilidade de vocês e entenderá melhor.
Oi Carol, Muito bom ler sobre sua experiência estou há um tempo pesando os pros e os contras de mudar de país, exatamente porque também tenho uma filha de 7 anos, apesar de ela ser a mais interessada nessa experiência, acredito que por ser novidade para ela, e já imagino que passando o impacto do novo talvez ela sinta bastante também, mas,é sempre um alento ler sobre alguém que já está vivendo essa mudança.
OI, Maria! É sempre um desafio e como todo desafio, não é fácil. Mas crescemos todos com ele – a Alice, sobretudo. Além de todas as possibilidades que ela vem tendo por morar num país que valoriza a família, a educação, a liberdade e a segurança, ela será uma adulta com muito mais facilidade de adaptação e resiliência. Essa experiência também tem nos unido ainda mais. Super recomendo! Um beijo!
Oiii me mudei a pouco mais de 1 mês para Hull na Inglaterra! Tenho um filho de 7 anos e já está na escola mas todos os dias praticamente encontro dificuldade para ele ir na escola! Ele chora, fala que quer voltar para o Brasil e ninguém aqui fala português! Apenas ele, eu, meu marido e a irmã do meu atual ! Estou um pouco perdida em como ajudá-lo nessa fase de adaptação e aprendizado da língua! A escola está olhando uma ajudante que fala português mas ainda não achou! Quero poder incentiva-li a ter interesse em falar a língua, em entender que é importante aprender mas confesso que não sei realmente como ajudar! Tenho a sensação que ele não vai aprender nunca e que ele não adapte! Obrigada
Oi, Paula!!! Desculpa só lhe responder agora. Eu espero que as coisas estejam um pouco melhores para vocês aí. A minha experiência, depois de 2 anos e meio morando fora com a minha filha me diz que nada como tempo, paciência e apoio dos pais. Seu filho precisa sentir confiança em vc e que você confia nele e que tudo ficará bem. Sei que seu coração fica em frangalhos. Mas quanto mais segurança ele sentir em vc, melhor ele ficará. Acolha ele, faça-o saber que você está com ele e que entende que não está sendo fácil, mas que ele não está sozinho e que ele conseguirá. Uma sugestão: procure rapidamente famílias brasileiras com filhos aí. Marque encontros e playdates. Promova a amizade deles. Assim, ele terá crianças para conversar e brincar na língua dele, e isso fará com que ele não se sinta tão sozinho, tão diferente, tão silenciado. Ele verá que outros estão ou já passaram pelo mesmo processo e conseguiram. E ele também conseguirá. E o fará se sentir mais em casa. Deu MUITO certo isso aqui. Hoje, Alice tem dezenas de amigos – brailieiros e holandeses. Fala fluentemente o holandês, sem ter esquecido sua língua. Brinca nos dois idiomas. Fazemos festas e viagens com amigos brasileiros, ao memso tempo que amiguinhas holandesas ja dormiram aqui em casa. Eu posso te garantir: vai dar tudo certo e vai valer a pena. Um abraço apertado. Carol
Oi, Paula!!! Desculpa só lhe responder agora. Eu espero que as coisas estejam um pouco melhores para vocês aí. A minha experiência, depois de 2 anos e meio morando fora com a minha filha me diz que nada como tempo, paciência e apoio dos pais. Seu filho precisa sentir confiança em vc e que você confia nele e que tudo ficará bem. Sei que seu coração fica em frangalhos. Mas quanto mais segurança ele sentir em vc, melhor ele ficará. Acolha ele, faça-o saber que você está com ele e que entende que não está sendo fácil, mas que ele não está sozinho e que ele conseguirá. Uma sugestão: procure rapidamente famílias brasileiras com filhos aí. Marque encontros e playdates. Promova a amizade deles. Assim, ele terá crianças para conversar e brincar na língua dele, e isso fará com que ele não se sinta tão sozinho, tão diferente, tão silenciado. Ele verá que outros estão ou já passaram pelo mesmo processo e conseguiram. E ele também conseguirá. E o fará se sentir mais em casa. Deu MUITO certo isso aqui. Hoje, Alice tem dezenas de amigos – brasileiros e holandeses. Fala fluentemente o holandês, sem ter esquecido sua língua. Brinca nos dois idiomas. Fazemos festas e viagens com amigos brasileiros, ao mesmo tempo que amiguinhas holandesas ja dormiram aqui em casa. Eu posso te garantir: vai dar tudo certo e vai valer a pena. Um abraço apertado. Carol
Carol, estou em uma situação bem próxima da tua, meu marido foi promovido e estamos de mudança para Holanda, cidade Eindhoven, com uma pequena diferença, temos 2 filhos, um que completou 10 anos e o outro que é um de bebê de 1 ano e 4 meses. Ontem me deparei com choros e tristezas do meu filho maior nos disse que não queria mudar de País, sendo que dias atrás estava todo feliz e ja saiu contando pra todos os amigos do Colégio que se mudaria, enfim criando suas próprias idéias de como seria estar lá. Mas agora como a situação se concretizou eu acredito que a ficha caiu e ele ja deve estar em conflitos. De fato fazer o que voce fez, no sentido de se aproximar mais sem dúvida e uma excelente decisão, mas no meu caso o bebe de 1 ano me consome tanto, que as energias pro maior ja estão esgotadas. 😰 Estamos num momento crucial onde devemos escolher escola pra ele, e estou na dúvida de ter uma escola pública aonde o idioma base do conhecimento será holandês, ou essas escolas internacionais que tem diversidades de nacionalidade e tendo como base o inglês. Você quando foi ja teve que matricular sua filha? Quais passos você tomou para tal decisão?
Oi, Ana! Entendo perfeitamente a sua angústia e dúvidas. Não é uma decisão fácil. Eu saí do Brasil já decidida a matricular a Alice numa escola holandesa. Ela era mais nova do que o seu filho e, claro, isso faz diferença. Mas tenho três amigas com filhos na mesma idade do seu que fizeram esse mesmo caminho do meu – escolheram uma escola holandesa. A questão financeira pesa nessa decisão e você precisa avaliar – as escolas internacionais são pagas e caras. AS holandesas, gratuitas. Há opções gratuitas (ou baratas) bilíngues. Vale a pena procurar em Eindhoven. Mas se seu filho já nao fala inglês, não acho que ele será aceito nas bilingues. A minha decisão foi tomada porque eu queria agilizar ao máximo a adaptação e integração da Alice. As crianças aqui não falam inglês. Elas começam a aprender por volta dos 9. Ou seja, no parquinho, no bairro, na natação… onde seu filho for as crianças falam holandês. A única ressalva que eu faria é: se vocês vêm decididos a ficar menos de 2 anos ou com possiblidade de mudança para qq outro país qualquer momento, aí deveriam realmente considerar a escola internacional. SE você clicar em meu nome no texto abrirá uma lista com outros artigos meus que talvez possam ajudá-la. Temos uma outra colunista da Holanda também, a Mara Coimbra, que tem textos ótimos. Espero ter ajudado um pouco. Estou à disposição! Um beijo e venha com o coração tranquilo de que você está fazendo algo muito bom pros seus filhos e família, apesar de não ser fácil. Tudo vai ficar bem, você vai ver,
[…] Leia mais: Mudar de país com filhos pequenos: coragem ou loucura? […]
[…] Antes de nos mudarmos, li esse post de uma outra brasileira que também se mudou para outro país, e achei super interessante. Deem uma lida: https://www.maesmundoafora.com/mudar-de-pais-com-filhos-pequenos-coragem-ou-loucura/ […]