Desafio de mãe expatriada: escola em Hong Kong
Desde que me mudei para Hong Kong, até as coisas mais simples, para mim, têm uma complexidade bem maior. Cinema, supermercado, médicos, transporte, tudo é muito diferente! Com assuntos mais sérios não seria de outro jeito. Quando cheguei aqui, o Arthur, meu filho mais velho, tinha seis anos de idade, estaria entrando na primeira série do Brasil, estava na pré-alfabetização. Já a Sofia, tinha três anos. Para ela não foi tão complicado. Já para o Arthur…
Eles não tinham nenhuma base em inglês e, obviamente, o português ainda não estava consolidado. Optamos então em matricular o Arthur em uma escola internacional aqui do bairro. Por incrível que pareça, a comunidade de brasileiros em Hong Kong é bem significativa, principalmente na região onde moro. A maioria das crianças que chegam do Brasil e vêm morar aqui vão para essa escola.
Então foi muito confortável (para eles e para mim) começar essa nova jornada num ambiente minimamente familiar. Essa escola e a vizinhança brasileira nos ajudou muito neste primeiro momento. Arthur estudou nesta escola internacional por pouco mais de um ano e meio. Mas, com o passar do tempo, achei que estava confortável demais. Eu prefiro uma educação mais rígida, com mais regras e tarefas de casa. E a filosofia desta escola era diferente do que eu propunha em casa.
Comecei então a pesquisar outras opções e vi que também no meu bairro havia uma escola chinesa. Tentei buscar informações a respeito desta escola com meus vizinhos. As poucas informações que obtive não foram muito animadoras. Ouvi todo tipo de coisa: que a escola não ensina inglês, que batem nas crianças, que os alunos que não fazem a tarefa de casa ficam sem almoço…enfim, o cenário era aterrorizante! Meu marido e eu conversamos e decidimos visitar a tal escola para vermos pessoalmente como ela funciona. E a impressão que tivemos foi exatamente oposta ao que tínhamos escutado!
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Mais ou menos nessa mesma época da pesquisa, nós ouvimos falar de um casal de brasileiros que tinha filhos nesta escola. Nos aproximamos e eles nos ajudaram muito a entender a dinâmica escolar. Com isso, a adaptação do Arthur foi mais tranquila (Lílian e Christopher, gratidão eterna!). Sem eles, teria sido muito mais difícil.
A estrutura física da escola é espetacular, ensinam chinês e inglês e, principalmente, recebem as crianças estrangeiras com o maior carinho e paciência. Fiquei encantada, apaixonada pela proposta pedagógica! É fato que eles exigem uma disciplina bem maior. E, além das crianças, os pais também devem se comprometer. Temos menos férias escolares, tarefas de casa (muitas!) diárias, provas, notas… enfim, é um ritmo muito mais apertado do que o da escola anterior, a internacional.
Arthur se adaptou super bem e está sendo alfabetizado em inglês e chinês; a Sofia começou a estudar em 2018 na série equivalente à primeira série do Brasil. Percebo que eles ficam cansados, mas vejo também o quanto eles estão felizes, adaptados e integrados à comunidade estrangeira. Atualmente somos a única família de brasileiros na escola, mas as crianças já se acostumaram em ser minoria étnica.
Ao contar minha experiência, não estou dizendo que a escola internacional é ruim ou que a escola chinesa é perfeita. Estou contando o que funcionou para a minha família.
Quero dizer a todas as mães e esposas que têm este e outros tipos de desafio: sigam o seu coração e não se baseiem apenas em opiniões. Cada núcleo familiar tem seu próprio ritmo, então, busquem aquilo que é adequado para a sua família. Eu particularmente prefiro tentar e, se for o caso, dar um passo para trás do que simplesmente não experimentar por medo e por desinformação.
Se você mora em Hong Kong e quer saber um pouco mais sobre a minha experiência com a escola chinesa, deixe sua dúvida aqui nos comentários e vamos conversar a respeito. Abraços, e até breve!
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[…] com as crianças. Já comentei em outros textos que minhas crianças estudam em escola pública (clique aqui para ler). O governo acompanha o desenvolvimento de todas as crianças locais ou estrangeiras […]
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