Embora seja um país vizinho ao nosso Brasil, a Colômbia é pouco conhecida e explorada por nós, brasileiros. Com exceção de Cartagena e San Andres, que atualmente são destinos muito procurados pelos brasileiros, ainda é muito comum, quando se fala de Colômbia, logo vir à nossa mente tráfico de drogas, Pablo Escobar e as FARC.
É verdade que tudo isso faz parte da história deste país que hoje é minha casa, mas seria muito injusto e até errado pensarmos só nesses aspectos quando falamos da Colômbia de hoje.
Digo isto, porque foi exatamente o que passou pela minha cabeça. Quando meu marido me disse que tinha recebido uma proposta pra trabalhar na Colômbia, ela era um ilustre desconhecido para mim.
Pensar na Colômbia era, de fato, pensar no tráfico de drogas e nas FARC, como mencionei acima. Além disso, será que seria um bom lugar para se viver com dois filhos pequenos? Seria uma boa estratégia familiar a curto, médio ou longo prazo?
Talvez, como para muitos de vocês, leitores, fazia parte dos nossos planos conseguir uma oportunidade de trabalho ou estudo fora do Brasil. Entendíamos que seria uma experiência importante para nós e também para nossos filhos: dar a eles a possibilidade de conhecer uma outra cultura, um outro lugar e uma nova língua ainda bem pequenos, o que seria de grande valia para eles no futuro. Mas será que a Colômbia seria o lugar certo para tanto, que nos proporcionaria tudo isso?
Procurando respostas para estas e outras perguntas, comecei a ler sobre o país e a ouvir pessoas que haviam estado na Colômbia recentemente e, aos poucos, as impressões foram mudando. Os sites, blogs e as pessoas com quem conversei me apresentaram uma Colômbia que eu não conhecia, um país que tem seus problemas – muito deles parecidos com os brasileiros – mas que também tem muita coisa boa: cidades bonitas e agradáveis para se viver e criar os filhos, com uma economia e política estáveis atualmente, com produtos a preços interessantes, custo de vida mais baixo que nas grandes cidades brasileiras, cidades mais seguras (pelo menos comparando com Rio e São Paulo) e lugares incríveis para se conhecer – desde praias até desertos e montanhas.
Um país com uma cultura riquíssima, cheia de semelhanças e proximidades com a nossa cultura brasileira. Um país de língua espanhola, o que também seria muito interessante para nós como família.
Ah, agora sim! Mudar para Colômbia passou a ser uma boa! Comecei a gostar da ideia.
Depois de alguns meses, estava tudo decidido. Era hora de vender (quase) tudo e partirmos pra esse novo desafio.
Confirmando o que disse acima, algumas pessoas se assustaram com o destino da mudança: Colômbia!?!?!? Parecia que estávamos dizendo: SIRIA, ou qualquer outro destino que esteja vivendo situações de guerras ou calamidades. Tudo bem, nosso trabalho foi conversar e (tentar) mudar a impressão dos menos informados.
E assim foi. E assim nos mudamos e estamos aqui há quase 4 meses! E o que posso dizer é que a Colômbia é um bom lugar pra se viver atualmente. Até agora estamos felizes com a nossa decisão. Claro que ela tem seus problemas, que hoje conheço melhor do que quando apenas lia os blogs pela internet, mas também tem muita coisa boa.
E, pasmem, com muitas semelhanças com o Brasil: o que, na minha opinião, é uma das razões de termos tido uma adaptação rápida e tranquila.
Mais adiante vou contar para vocês com mais detalhes as minhas primeiras impressões da Colômbia, mais especificamente de Bogotá, onde estamos vivendo. Quero destacar os pontos fortes e fracos de se viver aqui e o que a cidade tem de melhor e pior pra oferecer a seus moradores.
Como falei acima, a Colômbia tem muitas similaridades com o Brasil. No supermercado encontramos produtos muito parecidos com os nossos e até algumas marcas brasileiras, como Bauduco.
Não é difícil manter em nossa mesa o que estávamos acostumados a comer no Brasil: arroz, feijão, massa, carnes e vegetais, são praticamente os mesmos que encontramos nos mercados brasileiros. As frutas e vegetais geralmente são frescos e muito saborosos.
Esse aspecto foi muito positivo para mim, especialmente por ser mãe de duas crianças, pois não foi necessário fazer nenhuma alteração no cardápio diário deles. O que eles comiam no Brasil, continuam comendo aqui.
Há alguns pontos negativos em comum também: o transito de Bogotá, por exemplo, é caótico, igual ou pior do que no Rio e em São Paulo. Aqui também há a restrição de circulação de veículos em determinados dias e horários, como o rodízio de placas em São Paulo. Isso favorece a utilização de bicicletas, razão pela qual há muita ciclovia por toda a cidade. A cidade é bem plana, o que também facilita o uso das bicicletas.
Por fim, por mais que não seja um destino muito procurado pelos brasileiros, há muitos brasileiros vivendo em Bogotá. Através de grupos de internet e outros recursos, nos ajudamos e nos apoiamos uns aos outros por aqui. Sempre tem um brasileiro ou brasileira com dicas e informações sobre a cidade, o que tem me ajudado muito desde que cheguei.
Bem, Esse foi um pequeno resumo de como foi todo o processo da minha mudança para a Colômbia. Nos próximos relatos vou detalhando o que já contei um pouco, trazendo novas informações sobre nosso país vizinho, tão rico e surpreendente – e também as minhas experiências e percepções vivendo fora do Brasil, o que espero servir de ajuda, apoio e incentivo para muitas brasileiras pelo mundo!
Obrigada pela oportunidade de compartilhar e dividir minha experiência com vocês!
Até a próxima!
12 Comentários
Muito legal o texto, Livia!!!
Beijos
Que bom saber desses detalhes…muito bom saber que vocês estão bem e encontrando um lar, mesmo longe de casa. 🙂 Parabéns pelo bolg.!!
[…] Leia também: De São Paulo para Bogotá […]
[…] Leia também: De São Paulo para Bogotá na Colômbia […]
Olá, Lívia! Foi muito reconfortante ler o seu relato. Estou passando por um momento bem semelhante. Meu esposo foi convidado, pela empresa que ele trabalha, para implantar uma Unidade em Bogotá. Sei muito pouco sobre a cidade e confesso que, inicialmente, não me brilhou os olhos. Ele está indo em Junho e eu irei em Setembro, pois tenho uma clínica no Brasil e preciso de mais tempo para me organizar. Gostaria muito de tirar algumas dúvidas com alguma brasileira que já esteja na cidade. Podemos nos falar por e-mail?
Oi, Poliane. Tudo bem?
Primeiro, me desculpe pela demora em responder. Não me dei conta do seu comentário.
Já estamos em junho, então espero que tudo tenha ido bem, mas podemos conversar sim! por email, messenger, facebook, como vc preferir.
Meu nome no facebook é Lívia Maioli Soares. Me encontra la, pode ser?
beijos,
Lívia
[…] minha filha ia fazer 4 anos, e o pequeno estava com 11 meses. A nossa adaptação, como já contei aqui, foi bem tranquila, e, em pouco tempo, já tínhamos alguns amigos e pessoas próximas que nos […]
Lívia, mudarei com uma bebe de 6 meses em março para Bogotá, atualmente moro em SP. Quais grupos de brasileiros em Bogotá vc participa? Preciso pegar várias orientações.
Muito obrigada! Abs
Dayana, me acha no facebook e me escreve com mais calma por lá – Lívia Maioli Soares. Existe um grupo de WhatsApp só de brasileiras que ajuda bastante no início. E pode perguntar que o que souber vou te ajudando. beijos
Boa noite! Gostaria de saber das escolas… Se são boas… valores médios e se a escola pública é boa também. Eu pesquisei na internet e não encontrei nada sobre as escolas. Obrigada.
Ola, Cristiane. Tudo bem?
As escolas são muito boas aqui, as particulares. As públicas acho que não.. mesmo problema do Brasil. Mas as particulares são bem mais baratas. Encontra-se boas escolas com mensalidades entre 1 e 2 mil reais, algumas até por menos. Depende do bairro e tudo isso… As escolas internacionais/bilíngues custam em média 2,5/3 mil reais. Qualquer duvida, me escreva novamente. beijos, Lívia
[…] rs), e moro em Bogotá, na Colômbia, com meu marido e meus filhos desde junho de 2017 (leia mais aqui). Os dois mais velhos nasceram no Rio, nossa casa antes de vir pra Colômbia, e nossa caçula é […]