Casamento após a chegada das filhas
Esse ano eu e o Fred completamos 15 anos de namoro e também de casados. A gente foi rápido e decidido em correr logo para o altar. Depois de cinco anos tivemos a nossa primogênita Sarah, ainda no Brasil. E desde novembro de 2017 a gente mora na Itália, precisamente em Sondrio, onde nasceu a Giulia em novembro de 2018.
Mudar não é fácil, principalmente em um contexto de expatriação. Imigrar é sempre desafiador. Além de tudo, com a chegada de um bebê isso pode ser ainda mais complexo. Mesmo no nosso caso, que já tínhamos uma filha.
O nascimento de uma criança traz muitas mudanças na vida a dois e na rotina da família. E é justamente sobre isso que eu gostaria de compartilhar com vocês. Vou falar da nossa experiência e o que funcionou para a nossa família e para a gente como casal.
Chegada da primeira filha, ainda no Brasil
Quando tivemos a Sarah escolhemos adotar uma rotina para nos ajudar no dia a dia com os cuidados com ela e com a organização das outras coisas. Desde o início havíamos conversado que assim que possível ela dormiria no seu próprio quarto. E assim aconteceu desde quando ela tinha menos de duas semanas de vida. No nosso caso, percebemos que adotar uma rotina facilitaria nos cuidados que teríamos com ela, principalmente considerando que éramos pais de primeira viagem.
Funcionou muito bem pra gente e pra ela também. Com uma rotina estabelecida entendíamos melhor as necessidades da Sarah e dai mais facilidade com a distribuição do tempo. A Sarah tinha hora para as sonecas e ela dormia super bem. À noite fazíamos o ritual do sono e ela com quatro meses já dormia doze horas seguidas.
Pra nós, ter uma rotina fez a diferença
Com essa rotina eu e o Fred conseguíamos manter nosso tempo a dois e assim fazer as coisas que para nós era importante como casal e também como indivíduos. Eu conseguia cuidar de mim mesma e trabalhar a partir de casa. Eram nesses momentos que eu recuperava a sanidade e melhorava do babyblues.
À noite colocávamos a Sarah para dormir por volta das 20h e depois jantávamos, tínhamos tempo para assistir um filme e curtir juntinhos. Mesmo com a chegada da nossa filha, sempre foi muito importante para nós mantermos nossos momentos a dois. Preservar isso era uma das nossas prioridades e incentivo em manter uma rotina bacana com a chegada da Sarah.
No Brasil, além de tudo, tínhamos apoio de uma babá quando queríamos sair para jantar ou curtir um cinema e dos avós quando queríamos fazer alguma pequena viagem no fim de semana.
A ideia não é fazer tudo que queremos, mas tudo que podemos e sem sentirmos culpa. Claro que as coisas mudam, as prioridades, a própria rotina do dia a dia, porém não queríamos que a chegada dela fosse a única prioridade e que a partir de agora só pensaríamos nela e no que fosse bom para ela, afinal estávamos ali como família.
A importância de manter a sanidade
Pra gente, a sanidade do casamento também é importante para as nossas filhas, por isso acreditamos que preservar nossos momentos juntos é fundamental. Sendo muito sincera não sei o que seria da minha sanidade pós-parto se não tivéssemos esse tempo juntos. Sem romantizar, mas foi nos braços do Fred que chorei de soluçar, e nesses mesmos braços encontrei conforto.
Quando estamos juntos temos liberdade para falarmos de tudo aquilo que quisermos, diferente se as meninas estão presentes. Posso abrir meu coração e chorar quando me sinto sozinha (a maternidade pode ser muito solitária, principalmente quando se mora fora).
A chegada da segunda filha, na Itália
A vida fora do Brasil tem muitos aspectos positivos que já foi muito compartilhado aqui na plataforma mesmo. A gravidez da Giulia foi programada e dessa vez éramos só nos dois e mais ninguém, nem a minha mãe estaria aqui nesse começo tão importante. Não tínhamos nenhuma rede de apoio familiar, nenhuma babá para nos dar suporte. Foi realmente um dos maiores desafios emocionais que eu vivi.
Mais uma vez adotamos uma rotina para a Giulia e tivemos o apoio um do outro. Mesmo ela tão pequena, sempre que possível tínhamos nossos momentos juntos. Seja para eu chorar, desabafar ou apenas ficar ali em silêncio abraçada. Nossa, como esses momentos eram preciosos para mim.
Não era só a Giulia que precisava de cuidado, eu também sentia necessidade de ser cuidada, abraçada, acalentada. Sempre que nasce um bebê os olhos de todos estão voltados para ele, mas a mãe também precisa de cuidado e atenção. Uma mãe que é cuidada, amada e compreendida tem mais facilidade para encontrar equilíbrio psicológico e emocional.
Leia também: O desafio de ser mãe na Itália
Família unida, casal unido
Nem sempre são flores, temos nossas falhas e muitas coisas para melhorar. Porém, estarmos unidos como casal, como família apoiando uns aos outros faz total diferença. É uma das coisas que mais me ajuda no dia a dia e nos desafios durante o baby blues.
Nossas filhas são presentes de Deus, somos gratos pela vida delas, pelo amor e alegria que trazem para nossa vida. Contudo, antes delas chegarem já existia uma família, uma casa, uma rotina, uma vida. O desejo de ter as nossas filhas, nunca excluiu a importância e o significado que temos um para o outro e preservar isso mesmo com a chegada delas sempre foi valioso pra nós.
Na minha opinião, dedicar um tempo todos os dias para nós, não é abrir mão ou negligenciar a maternidade. Pelo contrário, é cultivar uma vida em casal, duas pessoas que precisam se sentir amados e ainda desejados. Cuidamos um do outro e também cuidamos das meninas. Elas são abraçadas, beijadas, cheiradas e muito amadas e claro o papai e a mamãe também. Aprendemos que não existe família perfeita, mas sim que existe família funcional e é isso que buscamos e pedimos a Deus que nos ajude.
6 Comentários
Patricia eu tb estabeleci uma rotina quando as minhas eram pequenas. Como vocês, deitávamos as meninas e jantávamos depois. Não dá pra relaxar e lembrar que ainda somos indivíduos se fizermos nossas próprias refeiçoes limpando vômito, dando colherada de papinha ou colinho.
Nossa Zandra é bem isso. De fato pra gente essa rotina funcionou muito e é o que nos mantém conectados. Feliz em saber que funciona para outras famílias também. Bjs
Adorei o texto! É importante ser pais sem esquecer de ser um casal conjugal!
Que bom que você gostou. Bjs
Verdade Patricia e o desafio de manter o equilíbrio e a harmonia morando fora é difícil, mas também acho que nos fortalece ainda mais!! bjs grande
Realmente é desafiador, mas fundamental pra gente. Obrigada pelo carinho. Bjs