Descobrindo a gravidez em Taiwan
Ouvi muitas vezes que uma gestação é bem diferente da outra, seja física ou psicológica. E como! Quando minha primeira filha nasceu, jamais pensava que um dia iria para o exterior e muito menos me imaginava grávida novamente. Mas os anos passaram, muitas coisas aconteceram e eis que estou na 22ª semana de gestação aqui em Taipei.
Nós sempre pensamos em ter o segundo filho. Porém, algumas situações não nos permitiram ter outro filho antes. Sempre fomos cautelosos e achamos que tudo tem seu tempo. Já se passaram três anos que estamos vivendo em Taipei e certamente, nos sentimos muito mais seguros que quando chegamos.
O fato de ser uma segunda experiência me traz muitos alívios, pois não tive tantas surpresas ou até agora, diria que nenhuma. A gestação corre muito bem até aqui.
Já estávamos há algum tempo tentando. Talvez até o farmacêutico já havia se ligado do quanto queria estar grávida, pois fiz algumas compras de testes de gravidez. Nas casas de cosméticos e até nas famosas lojinhas de conveniência como Seven-Eleven, Family Mart entre outras, é fácil encontrar.
Quando descobri que estava grávida já com um mês, foi pelo teste que comprei na farmácia, que por aqui, é igual aos testes do Brasil. Para confirmar que de fato se tratava da segunda gestação, recorri ao Hospital Adventista que é o hospital que costumamos ir sempre que precisamos.
Pedi uma consulta com uma obstetra que falasse inglês, fui encaminhada e de pronto fui fazer o exame de urina. O pouco tempo de espera parecia uma eternidade. Imediatamente a enfermeira me chamou e falou em baixo tom que o resultado era positivo. Mas a discrição foi tanta, que não tive tempo nem de confirmar ao meu marido, pois logo ela me puxou para irmos à sala de ultrassom. Para minha surpresa, naquele momento, meu marido não poderia estar junto por não ser permitido nos primeiros ultrassons.
Enquanto aguardava à chegada do médico, me fiz a pergunta do porque ele não poderia entrar, sendo que o filho é nosso e não somente meu. Mal terminei meu pensamento e o médico já estava na sala. Rapidamente checou tudo e confirmou a gestação. Antes de sair da sala enquanto aguardava a impressão do ultrassom, mandei uma mensagem ao meu marido que dizia: positivo! Agora sim, tudo confirmado e à emoção tomou conta de mim da mesma maneira que quando vi o teste que comprei na farmácia.
E então, entrei no consultório médico. Diferente das longas consultas do Brasil, por aqui é tudo muito rápido e objetivo. Se nesse momento o importante era a confirmação, foi isso que a médica informou e falou o que seria abordado na próxima consulta. Talvez para ela a consulta se desse por encerrada ali, mas eu e meu marido a questionamos sobre alguns pontos. Relatei sobre minha primeira gestação e perguntamos sobre os possíveis procedimentos. Nessa hora, me bateu uma saudade das trocas que sempre tive com minha médica obstetra brasileira. Mas fui tomada pela sensação de estar segura com essa nova experiência.
O sistema hospitalar de Taiwan oferece atendimento completo para mãe e filho durante a gravidez. É generoso no uso de testes e tecnologia, sendo que às vezes, os médicos são tão cautelosos, que oferecem testes mais detalhados caso queira fazer. Uma garantia para eles, ainda mais quando se trata de um estrangeiro.
O custo de consultas pré-natais é coberto pelo regime de Seguro Nacional de Saúde (NHI) – que já comentei aqui no BPM sobre o sistema de saúde, depois de quatro meses de residência independente de estar grávida ou não. Já o bebê é coberto pelo cartão de saúde da mãe durante os dois primeiros meses e após esse período, já é possível dar entrada no cartão de saúde do pequeno.
Até o momento, foram quatro consultas sendo que somente após a 12ª semana, digamos que tenha sido reconhecida pelo hospital como gestante. Aqui devo fazer uma observação. Como o número de abortos aqui é grande e você pode optar por ele, é como se o hospital só te aceitasse após o momento em que você deseja seguir em frente. Foi na 12ª semana que fiz o registro e recebi o livro de acompanhamento do hospital.
O acompanhamento a partir de então segue com duas consultas do primeiro trimestre até a semana 17ª e mais duas até a semana 28ª de gestação. Após o terceiro trimestre, da semana 28ª a 34ª, serão 3 consultas e a partir daí semanalmente até o momento do parto.
Toda consulta tem o mesmo procedimento de chegada. Ao chegar no hospital é solicitado que seja medida a pressão, peso e altura. Essas informações vão automaticamente para o seu cartão de saúde. Feito isso, é necessário coletar a urina e aguardar o resultado para daí então chegar ao balcão de atendimento. Em seguida, a gestante é encaminhada para a sala de ultrassom e a consulta é finalizada no consultório médico. Poder fazer tudo num só lugar facilita e muito todos esses procedimentos.
Até a próxima!
Gisela Melo é catarinense e mora em Taiwan desde 2014. Formada em arquitetura e urbanismo pela UNISUL, trabalha desde 2009 com experiência em arquitetura de interiores. É curiosa e apaixonada por tudo que envolve esta área. É a sua primeira experiência fora do Brasil. Escreve o blog Pode Entrar, a casa é sua. Instagram: gisela_melo
3 Comentários
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