Copa do Mundo em Israel.
Pode-se associar Israel ao judaísmo, à Terra Prometida, ao super know-how em tecnologia, ao notável número de prêmios Nobel e aos conflitos e guerras, entretanto não ao futebol. Futebol pode não ser o forte dos Israelenses mas eu arriscaria dizer que ele é uma paixão nacional do universo masculino, portanto a Copa rola!
Curiosamente, Israel participou somente de uma Copa do Mundo, a de 1970 no México mas mesmo sem torcer pra sua própria seleção os bares ficam cheios em dias de jogos, os noticiários sempre nos atualizam sobre os acontecimentos mais interessantes do evento e os canais esportivos se esbaldam com bancadas que contam com especialistas em futebol, entre eles um brasileiro que mora aqui há muitos anos.
É super natural que não se sinta o clima da Copa como nós conhecemos. Talvez fosse mais justo compará-la a um campeonato como a Liga Europa. Por aqui, quem curte não perde um jogo, porém não sai as ruas gritando o nome do seu time favorito. Um exemplo disso aconteceu durante o jogo do Brasil contra a Costa Rica. Levei minha filha à uma festinha de aniversário em pleno jogo. Meu marido me acompanhou até a entrada mas logo voltou pra casa pra poder assistir, porém os pais que ficaram e acompanharam pelo celular, logo me avisaram sobre os gols que o Brasil tinha feito.
Então, pra quem os Israelenses torcem?
O Brasil é, sem dúvida, umas das seleções prediletas, porém um tanto desacreditada pelo 7 x 0 da Copa anterior. Nosso país é muito querido pra eles e um dos destinos certos dos jovens após o exército. Nossos jogadores, entre outros famosos internacionalmente, são homenageados nas camisetas da criançada daqui, mas diferentemente do Brasil, nenhuma aula é cancelada por causa de um jogo. O país não pára e é fácil de entender o porquê.
A torcida aqui é bem variada e não poderia ser diferente. Isso é só um reflexo da diversidade do país. Dos 8 milhões de habitantes 20% é de árabes e 16.8% é de imigrantes russos, então é de se entender que a Rússia tem uma torcida de peso em Israel.
O maior representante da America do Sul, embora sendo 1% da população, é a Argentina que nessa Copa perdeu seu prestígio ao cancelar um jogo amistoso com Israel, na sua capital Jerusalém, devido a pressões Palestinas. Leia mais sobre o assunto aqui.
Crianças Judias e Árabes unidas na Copa de 2018
Com o intuito de promover uma coexistência pacífica entre judeus e árabes israelenses, ambas as populações foram convidadas a assistir juntas aos jogos da Copa, que estão sendo exibidos nos muros da Cidade Velha de Jerusalem.
O motivo principal desse evento é promover a convivência harmoniosa de crianças judias e crianças árabes israelenses. Para tal o Portão de Jaffa, uma das principais entradas da Cidade Velha, foi transformado em um Gol e jovens de times judeus e árabes israelenses cobram pênaltis e goleiros internacionalmente famosos participam. Veja aqui.
Copa do Mundo no mundinho da minha filha
Copa do mundo fora do Brasil não tem a mesma alegria, cor ou sabor. As ruas não são pintadas como eram na minha infância, não há aquela preparação (bandeirinhas, camisetas, comidinhas e muita cerveja) que precedia os jogos, não há o silêncio nem os gritos da torcida ou a felicidade e a tristeza que traziam os resultados. Tenho memórias incríveis de várias Copas, inclusive quando os israelenses mencionam o Carnaval como sendo a identificação da nossa cultura, sempre digo que, na minha opinião, pra conhecer o povo brasileiro não há duas épocas melhores do que a Copa do Mundo e o Ano Novo.
No mundinho da minha filha a Copa ainda é inexistente, porém na próxima, quando ela tiver 5 anos, ela ganhará seu significado especial. Espero que seu amor pelo Brasil cresça e consigamos criar memórias cheias de significado e emoções, mesmo que essas sejam sofridas. Gostaria de ver minha filinha se emocionando com o Hino Nacional e, quem sabe, se identificando de alguma forma com as nossas origens.
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