Metas para 2021: protagonismo na educação dos filhos
O ano de 2020, sem dúvida, foi o ano mais atípico, inesperado e não planejado das nossas vidas, certo? Como nunca antes na nossa história, vimos os nossos planos e as nossas expectativas ruírem, sem que nada pudéssemos fazer para evitar. (Quase) tudo saiu do nosso controle.
Apesar disso, como já escrevi aqui, a pandemia nos ensinou muitas coisas. Acredito que todos nós, definitivamente, estamos começando 2021 bem diferentes do que começamos 2020, não é verdade? Ficamos perplexos, desesperados, tivemos medo, desesperança, mas ao final acredito que encontramos um caminho. Cada um à sua maneira, da forma que foi possível.
A pandemia causou uma revolução em muitos hábitos, entre eles a forma de ensinar e aprender. Com as escolas fechadas, estudantes e professores passaram a se relacionar através de telas, o que trouxe inúmeros desafios para eles, para as escolas e para as famílias envolvidas.
A primeira impressão
Confesso a vocês que quando vi os meus filhos em casa, dependendo muito de mim para cumprir as suas obrigações escolares, fiquei preocupada. Me vi incapaz de atuar como educadora, de ser o apoio de que eles precisavam. Com o passar do tempo, entretanto, comecei a encontrar prazer e sentido em estar com eles e em acompanhar bem de perto o seu desenvolvimento acadêmico.
Como não tenho formação em Educação e não tinha nenhuma experiência com homeschooling, comecei a ler muito sobre esses assuntos. Nessa busca, encontrei um mundo riquíssimo e encantador de mães e pais que assumiram essa enorme responsabilidade de educar sozinhos os seus filhos. Isso passou a ser inspiração para mim. Eu, que sempre fui bem reticente em relação ao ensino domiciliar, passei a entender melhor e a apoiar essa prática, embora eu reconheça que ela não funciona para todos, assim como a escola regular também não.
Um despertar
Despertei para o fato de que é muito importante que sejamos protagonistas na educação dos nossos filhos. Até então, eu me considerava protagonista na educação deles. Participava muito, acompanhava bem de perto as atividades escolares, as tarefas de casa, e todo e qualquer comentário e recomendação da escola. Estava sempre presente nas reuniões, apresentações e no que mais eu pudesse participar. No entanto, a pandemia me mostrou que isso não era suficiente. Me mostrou que ser protagonista no aprendizado deles era mais do que eu estava fazendo.
E, vejam bem, ser protagonista não significa necessariamente aderir ao ensino domiciliar, embora essa seja uma possibilidade. Ainda que esse seja um mundo fascinante, que tem espaço e funciona muito bem para muitas famílias, além de ser uma modalidade de aprendizado em que todos nos educamos (pais e filhos), a minha intenção aqui não é defendê-lo. Quero chamar a nossa atenção para a importância de sermos protagonistas na educação das nossas crianças, indo elas para a escola ou não.
Algumas lições
Mas como? Por exemplo: com as crianças em casa, eu percebi melhor que, além de tudo o que eu já fazia, era importante conhecer mais e melhor os pontos fortes deles (embora alguns eu já soubesse), e, também, e mais importante, conhecer com mais detalhes aquilo que não aprendiam com tanta facilidade. Além disso, estudar com eles em casa me deu uma ideia melhor do que estavam aprendendo em cada etapa. Tudo isso, consequentemente, me permitiu participar da educação deles reforçando alguns pontos. Em especial, os que apresentavam mais dificuldades, trabalhando com eles alguns conteúdos de forma mais detalhada, com o objetivo de complementar e enriquecer o que a escola já lhes estava fornecendo.
Além disso, duas questões bateram muito forte em mim: i) a importância de que o nosso lar seja um ambiente de aprendizado constante, e ii) a importância de criar um ritmo saudável e seguro, que promova o aprendizado das crianças. Não estarmos mais submetidos ao corre-corre e ao chega-e-sai de casa para inúmeras atividades (que nem eram tantas no nosso caso), fez bem para nós. Conversar sobre temas variados, aproveitar simples perguntas para estimulá-los a pensar, promover e incentivar ainda mais a leitura, ensiná-los a apreciar a arte, a ter mais contato com a música… Tudo isso ficou muito mais fácil na pandemia. Foram hábitos que reforçamos nesse tempo e que pouco a pouco estão sendo incutidos neles.
Leia também: O autoconhecimento na educação dos filhos
A ideia de que o que se aprende na escola fica na escola, se em algum momento ela nos rondou, foi definitivamente eliminada.
Não foram apenas os livros e cadernos empilhados sobre a mesa que fizeram a nossa casa ficar com cara de escola. Todo o ambiente da nossa casa mudou e isso foi muito bom para as crianças e para mim, que estou aprendendo muito junto com eles. Ainda tenho bastante o que aprender, e estou nesse caminho, para que o aprendizado deles seja cada vez mais eficaz e prazeroso, em casa ou na escola. E o mais precioso de tudo isso, além de todas as vantagens que já apontei, foi estarmos mais próximos e mais conectados, estudando a aprendendo juntos. Isso não tem preço!
Se você leu até aqui, talvez esteja pensando que as minhas conclusões são óbvias. Que talvez não fosse preciso uma pandemia para chegar a esse ponto. Ou então, assim como eu, a pandemia está te fazendo pensar ou repensar algumas questões sobre a educação das suas crianças. Sendo assim, te convido a fazer diferente neste ano que se inicia. Com pequenos passos, e sem necessariamente tirar os seus filhos da escola, é possível se tornar protagonista na educação deles e tornar o seu lar um ambiente de constante aprendizado.
Se quiser conversar mais sobre isso, procure o nosso time do Mães Mundo Afora ou me procure no @maede3longedecasa.
Teremos o maior prazer em continuar esse papo! Até a próxima!!