Como mãe e pedagoga, me preocupo muito com a educação dos meus filhos. Pois desejo, acima de tudo, que eles se tornem pessoas realizadas e felizes. E não estou me referindo profissionalmente, mas emocionalmente. Neste texto dividirei com vocês algumas opiniões que me fizeram desistir da escola japonesa.
Sempre acreditei que uma pessoa emocionalmente bem resolvida, consegue tudo o que quer. Seja na área profissional ou pessoal. Então por isso, sempre busquei escolas que tivessem os mesmos valores que eu, que respeitasse as crianças individualmente e soubesse trabalhar com a diversidade e as diferenças.
Quando me mudei para o Japão há um ano matriculei meus filhos na escola japonesa. Na época, eu não tinha muitas opções pois na cidade em que iríamos morar, só havia escolas locais. Decidimos arriscar!
E agora escrevo 10 motivos que me fizeram desacreditar no ensino japonês:
1. Não sabem lidar com a diferença
As crianças têm que vestir igual, comer igual, sentar igual, falar igual, sorrir igual, e se você é diferente, eles deixarão bem claro que não gostam disso e farão de tudo para te oprimir.
2. Sistema militar e autoritário
Na escola a criança não é ouvida, lá o professor é autoridade máxima e não deve nunca ser questionado. Não é permitido conversar em sala de aula, não é permitido pedir material emprestado. Se a criança esquecer algo, o professor fará de tudo para constrangê-la na frente dos amigos, pois eles acreditam que é na base do medo que a criança se torna responsável.
3. Sistema de ensino defasado, a base de decoreba e repetição
Não ensinam a criança a usar a criatividade para aprender e nem a pensar. Eles acreditam que a criança aprende por repetição.
4. Não é permitido usar blusa de frio, no frio
O uniforme de educação física é camiseta e shorts. E não importa se está fazendo -3 graus, a criança deverá correr na quadra da escola com esse uniforme. Se a criança é estrangeira, ela até pode usar blusa, mas todos deixarão bem claro que ela está fora dos padrões e poderá sofrer bullying por isso.
5. Os pais não podem levar seus filhos até a escola
As crianças vão para a escola com o grupo escolar e não é permitido que os pais levem as crianças de carro para a escola (a pé até pode ser, mas não é o normal). Algumas crianças chegam a andar até 2km ou mais para chegar à escola. Na volta eles dizem que tem o grupo, mas na verdade as crianças voltam sozinhas, facilitando o risco de sequestro e estupro (ocorre bastante por aqui). Você até pode ir levar e buscar seus filhos, mas como já disse, você estará fora dos padrões e os japoneses arrumarão um jeito de deixar bem claro isso para você.
6. Negligência escolar
Se a criança passa mal ou se machuca na escola, mas não tem febre ou continua viva, a escola não liga para te avisar. Aconteceu várias vezes comigo. Minha filha sofria bullying, chorava constantemente, ia para a enfermaria, mas a escola nunca me avisou. Mesmo o professor tendo conhecimento dos problemas dela, ele fingia que nada estava acontecendo. Minha filha se sentia coagida e só nos contou o que estava sofrendo meses depois.
7. Professores apáticos e sem sensiblidade
Mais uma vez, não sabem lidar com as diferenças e não tem flexibilidade. Acreditam que o autoritarismo é a base da educação.
8. Tudo é uma competição
Para a escola japonesa, tudo é uma competição, a criança tem que ser a melhor, tem que suar, tem que chorar, tem que derramar sangue em cada coisa que faz, os professores e até mesmo os pais acabam fazendo muita pressão psicológica na criança desde o início da vida escolar.
9. Faxinam a própria escola
Isso seria legal se eles ensinassem as crianças a organizar a sala de aula, porém colocam em risco a saúde de crianças de 7/8 anos, colocando elas para lavar banheiro (sem botas próprias), correndo o risco de contaminação. Aconteceu com a minha filha. Passou 1 semana lavando banheiro e chegava em casa com as meias molhadas de água suja. Ou carpir a grama e afofar a terra com enxada, sem a supervisão de adultos.
E já que falamos na falta de supervisão…
10. Crianças sem a supervisão de adultos
Não há inspetores nas escolas. As crianças ficam os horários vagos, como entrada escolar e intervalo, sem supervisão, facilitando assim que aconteça o bullying.
E um bônus extra para o motivo…
Se não comer tudo não brinca
Aqui no Japão o desperdício de comida é algo muito grave, portanto, o professor poderá forçar seu filho a comer tudo, por vezes, fazendo a criança vomitar (aconteceu com meu filho e se você procurar na internet, encontrará matérias sobre isso), mas não pode deixar nada no prato, por causa daquela velha história, comer igual, pensar igual, fazer igual…
Eu vi meus filhos, em 12 meses, se transformarem de crianças felizes, leves e alegres, em crianças tensas, irritadas, nervosas e caladas. Eles iam para a escola todos os dias chorando e ficaram doentes quase o ano inteiro. Tiveram todas as viroses de cada estação, perderam muitas aulas, não tinham vontade de fazer amigos e tampouco de aprender a língua japonesa.
Cada visita minha à escola, fosse para algum evento ou para conversar com algum professor, me fazia sair de lá mais vazia e mais preocupada. Mas foi quando a minha filha de 9 anos caiu em depressão que tive a certeza de que ali não era o lugar dela. Foi então que revirei a vida de toda a família de pernas pro ar e busquei uma escola, a 80 km de casa, mas que seguia os valores que acredito. E hoje, após um mês, posso dizer que ganhei meus filhos de volta!
Nota:
Antes de finalizar esse texto, achei que seria injusto publicar somente a minha opinião (tão pessoal e tão contrária) e então pedi que alguns amigos contassem um pouquinho sobre a experiência deles com a escola japonesa.
“No ínicio meus filhos sofreram um bocado, entraram em depressão e tinha medo que o mais velho cometesse suicídio, mas hoje estão super adaptados à escola e ao país”. – Eliane, dona de casa, 3 anos de Japão.
“Eu gosto do sistema japonês, acredito que toda essa exigência e sacrifício, farão deles crianças mais fortes” – Célia, 17 anos de Japão.
“Todos os meus filhos nasceram aqui, para eles foi natural, não sofreram adaptação. Mas concordo que o ensino é puxado e os professores são muito exigentes” – Regina, 14 anos de Japão.
“Minha filha sofreu bullying e apanhava das crianças por ser estrangeira, chamavam ela de suja. O professor sabia disso e nunca fez nada. Quando tomei conhecimento da situação, fui até a delegacia e denunciei o caso. O professor foi afastado e a escola tomou providências contra o bullying. Nunca mais tive problemas depois disso. Minha filha hoje tem 25 anos e continua no Japão”. – Marlene, morou 11 anos no Japão e agora está no Brasil.
“Chegamos há pouco tempo no Japão, não consegui entender muito sobre o ensino, a matemática ensinam de um jeito diferente e a língua é bem complicada. Eu não consigo participar das reuniões escolares e nem ler os bilhetes que chegam por não saber o idioma. Meu filho tem que se virar sozinho e contamos com a ajuda da tradutora”. – Aline, 6 meses de Japão.
24 Comentários
Nossa! Que sufoco! Parabéns pela coragem de mudar tudo pra encontrar um caminho saudável pros seus filhos.
Obrigada Mariana. Foi um grande sufoco e uma decisao dificil, mas deu certo!
Parabéns por exteriorizar o que para muitos pais e cuidadores seria um sacrificio em fazer. Estou morando no Irã a três meses, com minha família. Tenho um casal de filhos, os quais não estão ingressados na escola convencional. Por alguns motivos os quais citou. Fazemos apenas aulas no instituto de idiomas, isso mesmo, fazemos. Pois escolhi estar de perto neste momento de adaptação. Estamos cheios de angústias, em relação aos estudos dos nossos filhos, porém escolhemos pela intuição, em mantê-los no Instituto de idioma, por mais um período. Com isso, podemos, talvez, “atrasar” seus estudos convencionais? Digo que sim, porém escolhemos preservar suas saúde mentais. Saimos do Brasil, também de SBC e estamos em um pais totalmente difente do nosso. A priori, estamos seguindo assim…..
Grande abraço
Renata Cardoso
Obrigada Renata! Legal saber que meu texto te trouxe uma certa identificação!
Uma coisa que aprendi com essa experiência é que nós pais devemos sempre seguir nossa intuiçao, esse é um dom que nós temos! Para críticas nunca faltarão pessoas que sempre se acharão certas, mas o importante é você não se deixar influenciar por essas pessoas. Afinal o que passam você e sua família, só vocês sabem!
Beijos
Levando em conta que foi escrito por uma pedagoga, o texto é muito mal escrito e sem aprofundamento algum. O procedimento de adaptação em si já é um tanto quanto complicado, se os pais não colaboraram pode ser muito pior. Por que será que a filha não se sentiu a vontade para conversar com a mãe antes?
Se os pais não falam a língua, como podem entender o que está se passando na escola? Isso é prova de que o preconceito parte da própria pessoa, se fazendo de vítima da sociedade. Nenhuma escola deixaria a criança passando frio. Não sei nos anos 90, mas hoje em dia qualquer queixa contra o professor é motivo de afastamento, o que tem causado um outro problema social pois muitos professores sofrem de extremo estresse por temerem as reclamações dos chamados “monster parents”.
Estudei em escola japonesa e me graduei no Japão, sei que existem vários fatores negativos na educação, mas se for para discutir, tem que ter aprofundamento. Principalmente quando se escreve em um blog, podendo influenciar muitas pessoas.
Me desculpe pelo texto, tenho dificuldade de escrever em português.
Por último gostaria de ressaltar que a escola ensina a criança a viver em sociedade, quem vai ensinar os valores morais são os pais. Cada um faz a sua parte.
Olá Vanessa!.
Li seu comentário e vou esclarecer suas dúvidas:
O texto não tem aprofundamentos pedagógicos pois como o nome sugere, é um texto e não um artigo. Um texto que eu escrevi com base em minha experiência pessoal. Um texto que escrevi como mãe e não como profissional.
Quanto a minha filha não se sentir a vontade em conversar conosco, infelizmente isso é uma das coisas que acontecem com quem sofre bullying. A vítima se sente envergonhada e culpada pela situação, pois acredita que ela é a causadora disso e assim, tem dificuldades em pedir ajuda. Por isso o bullying se torna tão grave e está aí a importância de conhecermos nossos filhos para percebermos os sintomas.
O pai, meu marido é fluente no Japonês e sempre junto comigo, foi até a escola para conversar e entender o que se passava. Foram muitas visitas, muitas conversas e nenhum problema resolvido. Justamente porque o Japão está começando a voltar seus olhos somente agora para os casos de bullyings, visto a taxa de suicídio que aumentou bruscamente dentro da sociedade jovem do país. Só no ano de 2017, foram mais de 300 mil casos de bullyings sem soluçao causando graves consequências psicologicas nos estudantes, você pode confirmar o que te disse nesse site:
https://www.japantimes.co.jp/news/2017/10/26/national/social-issues/reports-school-bullying-japan-rise-record-high-education-ministry-survey-shows/#.WmbcYK6WbIU
Nao consegui entender quando você fala em preconceito por nossa parte. Fico sem resposta para sua dúvida.
Agasalhos não são proibidos, você deve ter entendido o texto errado. Nele eu menciono que a criança pode se agasalhar, porém não é o costume deles e a escola deixa claro isso para criança, pois ela deve fazer igual os colegas, para não ser diferente.
Vítimas da sociedade? Não somos!
Tentamos a adaptação por 1 ano. Não deu certo, partimos para outra como você pode ler no texto. Afinal ninguém é obrigado a ficar em um lugar que não te aceita e não te inclui! Hoje eles estão em uma escola multicultural, felizes e aprendendo com alegria, como deve ser! Afinal aprender é e deve ser prazeroso, porque do contrário, você estagna!!
Abraços!!!
Juliana, parabens por ter tentado! Parabens por ter percebido o problema! Parabens por ter achado uma solucao para a sua familia! Parabens pela persistencia! A vida e assim, nao e? Voces ultrapassaram esse obstaculo juntos e tenho certeza que seus filhos utilizarao essa licao que aprenderam junto com voce e seu marido, no futuro. Sempre ha solucao para os nossos problemas. Tudo de bom par voce! Adoro um texto honesto!
Fico feliz por ter gostado do texto.
Na vida só não ha jeito para a morte ne?? E como mãe, a felicidade dos filhos serão sempre nossa prioridade. Nem que pra isso a gente revire o mundo, rsrsrs!!
Beijos
O sistema educacional japonês é socialista. O governo é socialista. Concordo com tudo oq vc disse no seu texto. Aconteceu comigo, de cuidadora do jido club, enfincar as unhas no pescoço da minha filha e a polícia não fazer nada. Não é fácil brigar com esse sistema! Aqui as crianças tem q obedecer todas as regras dos professores mas em casa com os pais não, pq se ela ouvir um não do pai ou da mãe, corre o risco dos pais serem denunciados no jido soudan por estar negando algo ao filho ou por estar forçando ele a fazer algo que não quer fazer, como arrumar o próprio quarto por ex. Não é alucinação minha dizer isso, digo por vivência…não preciso detalhar coisas pessoais, mas essa que é a verdade! Eles controlam nossos filhos. Minha filha mais velha mudou bastante depois q viemos pra cá. Nem abraço e beijo queria mais…estava toda japa! Na vdd não vejo a hora de voltar pro meu país. Me sinto presa num sistema onde quem manda na nossa vida é o Governo e não a gente!
Parabéns pela coragem de escrever um texto tão honesto. Adorei. Espero que vocês estejam bem e felizes com a nova escola!
Olá Elaine!
Obrigada pela leitura do texto!
As crianças estão muito felizes na nova escola e eu aliviada por ter tomado essa decisão!
Beijos!!!
Quero deixar o meu abraço solidário de mãe que, assim como você, quer o melhor para seus filhos. Não é fácil se adaptar a uma nova realidade, ainda mais quando ela é hostil. Desejo a você muita coragem e força !
Obrigada Cristiane!
Realmente a adaptação não é fácil, mas aos poucos nós vamos nos encaixando.
Beijos!!!
👏👏👏😘🙏🌻
Olá Juliana, colega de BPM!
Compartilhamos da mesmas dificuladades e desafios por morarmos longe de casa, em países tão distintos de nossa cultura brasileira. A admiro mais pelo faro de ser mãe nessas condições, não é fácil mesmo. Tenho amigos japoneses que já estão algum tempo morando fora e que sim, pode comprovar tudo isso que você disse sobre a sociedade japonesa, tanto quando relatam como foi sua infância, quanto como criam os filhos, quais são seus valores, etc.
Parabéns pela adaptação e superação.
Super beijo!
Vivian
[…] filhos estudaram em escola japonesa e não foi nada fácil, clique aqui para saber como foi a nossa experiência. Porém, apesar dos pesares, eu trabalhava como […]
Sacrificar as crianças em nome de um ensino “puxado”? Acredito que não só se aprenda pela dor mas mais facilmente pelo amor.
Juliana, fiquei surpresa e horrorizada! Não é a toa que o Japão possui o maior número de adolescentes suicidas no mundo. Que aguenta tanta pressão e tanta exigência sem ainda tanta maturidade? Parabéns por respeitar seus filhos, virar a mesa readaptar sua vida às suas necessidades. Eu faria o mesmo sem pensar duas vezes.
Cara colega Juliana,
Atuei como psicóloga infanto-juvenil por anos no Brasil e trabalhei em parcerias com escolas tipo-brasileiras em São Paulo, onde atendi a muitos alunos recém retornados do Japão, que encontravam-se em depressão e risco de suicídio devido a esse “tal método educacional”. É com certeza necessário ter um olhar atento e crítico sobre a metodologia e sobre os comportamentos adotados.
Claro que devemos respeitar as multiculturas, ainda mais quando são tão opostas, porém isso não significa que devemos nos subordiná-las a elas se vão de encontro com os nossos valores e princípios.
Parabéns pelo belíssimo texto, que sim possui argumentos subjetivos para um artigo.
Abraços,
Marcela
Wuaaa, minha imagem da vida no japão já não era das melhores, mas agora foi tudo por água abaixo…
Oi Juliana, li seu texto e gostaria de tirar uma duvida. A escola que vc mencionou é japonesas e não escola internacional, ne? Estamos analisando uma proposta de mudança e fiquei um tanto apreensiva com o seu relato! A princípio as crianças iriam para escola internacional. Vc saberia dizer se seguem a mesma conduta?
Obrigada.
Olá!
A Juliana infelizmente teve de encerrar a colaboração com o BPM Kids, mas a escola a qual ela se refere é a japonesa mesmo, não a internacional. Segundo depoimentos de outras pessoas as escolas internacionais são bem diferentes. Obrigada.
Parabéns pela leveza como você coloca as dificuldades que enfrentou e, que, felizmente, solucionou. Bem diferente do peso da crítica que você sofreu aqui. Eu morei no Irã e conheço bem as dificuldades de adaptação. Nós somos um povo leve e, por isso, o autoritarismo mexe profundamente com nossos valores. Seja muito feliz com suas crianças!
Tres opcoes pra quem quer viver e educar
seus filhos no exterior.
1-Aceitar a Cultura e o Metodo Educacional
sem ressalvas.
2-Buscar outras opcoes de Ensino e debater
as diferencas culturais.
3-Criar grupos de Amizades da mesma
cultura e pagar ensino a distancia para
os filhos.
Dicas simples mas com conteudo
aprofundado. Somente uma ressalva, ninguem
sera feliz e realizado se nunca passar pela
tristeza e pela derrota. Vc nunca sabera qual eh o
Sal e qual eh o acucar senao provar os dois.
Falar sobre diversidade e nao aceitar uma cultura diferente da sua ,prova que a sua diversidade tbm
exclui outras culturas e ideias. A palavra eh bonita mas esta mau empregada. Minha opniao eh a seguinte, entre um sistema educacional e outro,apesar de imperfeito o japones eh muitissimo superior. Dado o numero de Profissionais que produz em todas as areas e ate premio nobel e classificacao no Pisa. Bullyng? Eh soh um nome bonito pra o que sempre existiu como Briga na saida da escola, intimidacao, agressao fisica e psicologica e tudo isso eu passei no Brasil por ser Descendente de japones. Mas estou aqui vivao e com saude! Suicidio no japao tem varias causas e eh tbm parte da cultura milenar que o Brasil nunca vai querer entender, afinal sao quase 30 mil por ano ne? Tbm nao da pra exigir que o japones entenda que o Brasil com toda a diversidade que tem , criando profissionais que desacreditam da meritocracia e tem um ensino que fica atras de paises como Etiopia possa se relacionar tao bem com Carnaval, corrupcao e 70 mil Homicidios por ano… Vamos Acordar e encarar a verdade e mudar a si proprios ou culpar os outros ainda eh vantajoso?