Por que a maioria das arminhas de brinquedo são alaranjadas?
Até os anos 80 alguns brinquedos como espingardinha de chumbo, estilingue e revólveres eram comuns. O acesso aos meios eletrônicos, por sua vez, mais restritos. Aliás, a vida era bem diferente.
Aos poucos essa realidade foi mudando. Mas, certamente, independentemente da época, a infância é uma fase mágica. Os brinquedos e brincadeiras deixam marcas na memória de todos nós. Ajudam a construir nossa personalidade.
Sei que, no meu caso, muitas recordações fizeram parte do meu crescimento e influenciaram minha vida adulta. Entrentanto, a influência também pode ser negativa. Já ouvi dizer que fatores de violência durante a infância podem influenciar seriamente o futuro de uma pessoa.
Fatores psicológicos
Assim, há estudos da psicologia que asseguram que o contato constante com armas de brinquedos durante a infância pode gerar adultos violentos. As pessoas podem reproduzir o que viveram no passado em algum momento futuro. Isso não quer dizer que seja uma constante, mas sim uma possibilidade que depende de inúmeros outros fatores.
Por outro lado, há a questão cultural do local em que vivemos. O que é inapropriado para uma família pode não ser para outra.
Além disso, o fator temporal deve ser considerado. Em certo momento algo pode ser pertinente e, outro não mais. Apesar de tudo, existem regras que se tornaram comuns. Acima de tudo, a segurança é essencial.
Evolução social
Dessa maneira, devido a facilidade de circulação de bens e do comércio, alguns brinquedos são populares no mundo todo. Por isso, é fácil notarmos regulamentações de segurança. Em relação as armas de brinquedos são nítidas as alterações.
Na verdade, talvez as mudanças tenham acontecido pelo aumento da violência social, ou quem sabe pela falta de segurança pública. Ou ainda, por causa do tempo, da cultura e da evolução social.
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Questionamento sobre armas de brinquedos
Diante da mudança de comportamentos, iniciou-se a discussão sobre quais brinquedos seriam adequados e seguros para as crianças. Eu mesma muitas vezes me questiono sobre esse tema. Então, uma das grandes dúvidas diz respeito sobre as arminhas de brinquedo.
Em primeiro lugar, será correto que os brinquedos sejam cópias legítimas de armas verdadeiras? Depois, se devemos disponibilizar às crianças armas? Posteriormente, qual o papel dos fabricantes de brinquedos nesse contexto?
Dilema prático
Claro que tem o lado prático para se levar em consideração. Simplesmente proibir a comercialização de armas de brinquedo não seria uma tarefa fácil. Isso por que, armas que atiram água, tinta, laser, airsoft também seguiriam a proibição. Desse modo, surgiria um dilema. Diversão, atividades lúdicas versus o crescimento potencial da violência. Talvez seja uma proibição muito além do razoável.
Em contrapartida, acredito que problematizar demais possa ser tão prejudicial quanto o não diálogo. Por isso, melhor não radicalizar. Muitas dessas brincadeiras são super divertidas e em princípio não parecer prejudicar o desenvolvimento das crianças.
Ademais, o proibicionismo pode gerar um mercado paralelo e clandestino o que seria mais danoso para todos. Mas como conciliar os dois lados?
Regras claras
Esse é um dos papéis do Direito. E, nesse caso concreto a decisão que se espalhou pelo mundo afora é bem interessante.
Nos Estados Unidos, por exemplo, que tem grande influência sobre o mercado de brinquedos mundiais há regulamentação específica para os fabricantes.
Segundo o Código Federal Americano, que é de 1996, as armas de brinquedos são proibidas, salvo sejam de cor pré-determinda. Assim, a indústria de brinquedos americana explica que arminhas de brinquedo devem ser transparentes, possuir uma cor forte e brilhante ou, uma parte em cor alaranjada bem destacada.
Por isso, a famosa marca americana, nerf, tem as cores bem características.
Legislação brasileira
No contexto brasileiro, o Estatuto do Desarmamento é a lei federal que trata da questão. Ele proíbe a fabricação de imitações, simulacros de armas. A proibição visa diminuir os crimes que utilizam esse meio de ameaça. No entanto, a lei é omissa quanto aos brinquedos.
Com o intuito de resolver a questão existe um projeto de lei no Senado Federal. Ele é muito parecido com as especificações norte-americanas. A cor laranja passará a ser quesito obrigatório também. Enquanto isso, alguns estados brasileiros permitem a venda e fabricação desses brinquedos desde que venham claramente especificados e de cor chamativa.
Outros países
Muitos países seguem essa mesma orientação para diferenciar o brinquedo de uma arma real. Na Europa, o símbolo CE deve estar nos brinquedos. Com esse sinal, os brinquedos estão aptos para a venda. Ele certifica que o produto segue os requerimentos da lei.
Por lá, a segurança também deve ser preservada.
Armas de brinquedo
Enfim, polêmica é grande. A sociedade segue discutindo sobre os malefícios dessas brincadeiras. De qualquer forma, o importante é que a infância seja um momento feliz. E, que o futuro seja preservado para as futuras gerações.
O que você acha sobre o tema? Quando puder me conta também. Até o próximo texto.