Mais um mês passou e aqui estamos ainda esperando a mudança para a França! Tivemos algumas novidades no processo de mudança, mas ainda aguardamos alguns trâmites.
Com relação à burocracia, uma empresa de consultoria para expatriação vem cuidando dessa parte (uma das facilidades de se mudar de país a trabalho em uma grande empresa). Eles nos pediram todos os documentos necessários para darmos entrada no visto de long séjour: identidade, diplomas, histórico escolar, certidões de nascimento e de casamento e, para o meu marido, que é quem está sendo contratado, foram solicitadas ainda informações relativas às suas habilidades e qualificações. O intuito é “justificar” a razão de se levar um estrangeiro para trabalhar na França.
Bom, como o foco aqui é o meu brasileirinho que, em breve, estará pelo mundo, vamos falar sobre o que tenho feito em relação à documentação do meu filho. No post anterior falei sobre como tirar o passaporte do pequeno. Hoje, veremos como proceder para tirar a identidade, traduzir o prontuário e receitas médicas e algumas informações relativas à vacinação.
Quando soube que mudaríamos, corri para tirar o RG do pequeno Ben imaginando que esse documento seria fundamental para a mudança em algum momento. Descobri depois que não é necessário, mas mesmo assim fiquei feliz, pois, mesmo fora do país, queria que ele tivesse um documento de identidade brasileiro (coisas de mãe brasileira que está saindo do país).
Como tirar o RG de um bebê
O processo é bem simples: agendei o atendimento no site do Poupatempo e me dirigi à unidade da minha cidade munida da certidão de nascimento do meu filho e de um documento meu com foto. Após o cadastro, foi tirada uma foto (só um bebê mesmo para sair bem em fotos de RG, ele ficou lindo!) e coletaram suas digitais. Lá descobri, aliás, que bebês ainda não possuem digitais muito bem definidas e, por isso, a coleta é realizada pelo processo antigo, com tinta, e apenas dos polegares. Os demais dedos são muito pequenos para a coleta digitalizada. Em cinco dias úteis já tinha o documento em mãos. Vale ressaltar que para a 1ª via não é cobrado nenhum valor pelo serviço, para saber mais, acesse o portal aqui.
Fiz através do Poupatempo por morar no estado de São Paulo, mas também há esse tipo de serviço em outros estados (UAI em MG, Rio Poupa Tempo no RJ, Na Hora no DF, Vapt Vupt em GO, Tudo Fácil no RS, etc). Para estados e cidades onde não há nada do tipo, o procedimento é semelhante, já que quem emite o RG é a Secretaria Estadual de Segurança Pública. O que irá diferenciar é o local de atendimento (geralmente é em delegacias da Polícia Civil, menos “convidativas” do que os postos do Poupatempo), há necessidade de agendamento e também de foto 3×4 – alguns locais não contam com captura digitalizada, você deve levar as fotos.
O acompanhamento médico do bebê na França
O acompanhamento médico do meu bebê também é um dos pontos sobre os quais tenho me debruçado ultimamente, para entender como proceder com relação à mudança.
Um bebê precisa das visitas mensais ao pediatra, medições, vacinas, etc e, desse modo, procurei me informar a respeito entrando em contato com o Consulado Francês em São Paulo. Por telefone, em um atendimento bem atencioso, por sinal, recebi a recomendação de levar traduzido o máximo de informações possíveis sobre o histórico médico do meu filho. Nada muito elaborado, apenas a uma tradução simples basta para facilitar a nossa vida – minha, do Ben e, claro, a do seu novo pediatra francês.
Sobre as medicações mais simples (suplementos, analgésicos, antitérmicos, etc), levaremos um pequeno “estoque”, afinal, não queremos, nos primeiros dias, precisar da nossa (ainda pequena) habilidade no idioma francês, justamente em uma farmácia, certo? Para tanto, faremos a tradução simples das receitas, apenas para facilitar caso seja necessário justificar o transporte desses medicamentos. Aqui me refiro a medicações simples, de uso corriqueiro, que não possuem venda controlada. Para esse último tipo, a apresentação da receita é obrigatória.
Quanto às vacinas, também é interessante realizar a tradução da caderneta. A tradução padrão é para o inglês e não é nada complicada nem cara. Muitos locais fazem a tradução (clínicas de vacina, hospitais) e basta levar a caderneta do seu filho e seu documento com foto. Aqui na minha cidade, paguei R$ 20,00 por cada caderneta traduzida. Por precaução, traduzimos as três: a minha, a do meu filho e a do meu marido.
Calendários de vacinação
Além da tradução da caderneta vale checar também os calendários de vacinação. Tanto o Brasil quanto a França seguem o calendário proposto pela OMS – Organização Mundial da Saúde, mas com uma pequena diferença entre eles: na França algumas vacinas são apenas recomendadas e não obrigatórias como no Brasil. Atualmente, a única recomendação para viajantes com destino à França é a vacina contra o sarampo em razão dos últimos surtos da doença na Europa (especialistas responsabilizam aqueles grupos que optam por não vacinar seus filhos, comumente conhecidos como anti-vaxxers).
Hoje, na França, apenas três vacinas são obrigatórias (das 11 sugeridas pela OMS) e sarampo não é uma delas. Entretanto, a partir de 2018, por decreto do primeiro ministro Edouard Philippe, as 11 passarão a ser obrigatórias, sendo a contra o sarampo aos 12 meses de idade, assim como no Brasil. O site do ECDC (European Centre for Disease Prevention and Control) possui uma ferramenta bem legal para consultar o calendário de vacinação de qualquer país da União Europeia. Dá para comparar o calendário de vacinação de dois países, pesquisar por doença ou simplesmente consultar o calendário básico do país. Clique aqui e abra a ferramenta.
Leia também: Calendário de vacinas na Espanha
Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia
Para alguns países (veja aqui), é mandatória a obtenção do CIVP (Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia). Este documento é específico para a vacina contra febre amarela e é emitido pela ANVISA. A emissão deste documento está sendo limitada apenas para as situações nas quais ele é obrigatório e pode ser realizada também nos postos da ANVISA nos aeroportos – que não vacinam, apenas transcrevem a informação relativa à vacina já tomada. O CIVP é gratuito nos postos da ANVISA e postos de saúde do SUS cadastrados para a emissão. Confira neste link o posto mais próximo a você e neste outro, mais informações a respeito.
Para qualquer viagem, é fundamental consultar quais vacinas são necessárias no seu país de destino e o portal da ANVISA tem uma ferramenta muito intuitiva: é só selecionar o país e “voilá!” o site te dá informações de vacinas recomendadas e/ou obrigatórias, se houver alguma. Acesse através deste link.
Até a próxima!
2 Comentários
MUITO SHOW SEU POST MONICA! ME TIROU DO SUFOCO, NO MOMENTO ESTOU DE MUDANÇA PARA A HOLANDA POR CAUSA DO TRABALHO DO MEU MARIDO. TEMOS UMA MENINA DE SEIS ANOS E UM BEBE DE 8 MESES. NUNCA VIAJAMOS PARA FORA, ELE É FLUENTE EM INGLES GRAÇAS A DEUS, EU NAO FALO NADA. ESTOU MUITO APREENSIVA,E SIM , COM MEDO. ESSES POSTS, NOS AJUDA MUITO NESSA TRAJETÓRIA E ANSEIOS, MUITO OBRIGADA POR DIVIDIR SUAS VIVÊNCIAS, DEUS ABENÇÕES!!!
BJOS..
Oi Natália! Fico muito feliz em saber que gostou e o post te ajudou… é para isso que estamos aqui! O BPM Kids é ótimo para essa troca de experiências!
Sei como você se sente, acredite em mim! rs Mas fica tranquila, tudo vai dar certo… no começo não vai ser fácil, todo o processo de adaptação etc, mas com certeza você vai se dar bem por lá e vai ser ótimo para você e sua família! Aqui foi um pouco tenso no começo, mas agora já me sinto em casa 🙂
Eu só tenho experiência de mudança com um bebê, mas sei que aqui no blog tem textos de outras autoras sobre adaptação de crianças maiores, você já deu uma olhada? Fica a dica 😉
Precisando, pode contar comigo viu? E o BPM Kids tá aqui também pra te ajudar sempre!
Bjs!