Conselhos de leitura para bebês.
No texto “Confira os benefícios que a leitura proporciona ao teu filho”, falei bastante da importância da leitura em voz alta – tanto do ponto de vista cognitivo, quanto relacional e emotivo – para as crianças de 0 a 6 anos, visto que é nesta fase que elas estão passando pelo período sensitivo da linguagem. Sendo assim, também por esse motivo, é interessante aproveitar este momento para vocês vivenciarem bons momentos juntos, ao mesmo tempo em que se enriquecesse o vocabulário do seu filho.
O importante é escolher livros adequados a idade e a capacidade de compreensão do bebê. No início não adianta querer ler um lindo conto de fadas para a sua filha, porque ela não terá a capacidade de te dar tanta atenção. Assim como o seu filho irá adorar se sentar junto de você para folhear um livro ilustrado observando, cada vez mais atentamente, as suas imagens.
“Conforme a capacidade de compreensão do seu rebento cresce, se aproxima sempre mais o dia em que começará a te escutar enquanto você lê para ele uma estória.” – Giorgia Cozza
O que não ler
Nesta fase do desenvolvimento as crianças ainda não têm capacidade de distinguir o mundo real da fantasia, por isso Maria Montessori (uma renomada educadora, médica e pedagoga italiana) dizia que para os bebês deveríamos escolher livros com belas imagens, que não fossem confusas. Os pequeninos precisam de meios para compreender a realidade, a vida do dia a dia. Ela aconselhava evitar, nesta idade, mundos fantasiosos, com fadas, magos e animais falantes. Segundo ela, contos de fadas são adequados para crianças de seis anos para cima.
Conselhos de leitura para as crianças de 0 a 6 anos:
O nosso papel é de encontrar livros adequados que respondam aos interesses dos nossos filhos. Existem milhares de opções nas livrarias e nas feiras de livros, em quase todos eles, na capa ou contracapa, vêm especificado a idade indicada para tal leitura. Existem ainda vários romances famosos adaptados, com versões revistas e correta para as crianças.
A autora Giorgia Cozza em seu livro Bebè a costo zero dá alguns conselhos de leitura para os nossos pequeninos de acordo com a sua faixa etária. Em tradução livre, os listo a seguir:
- De 0 a 6 meses: fale e cante bastante para o seu bebê. Repita poesias infantis e canções de ninar. Você também pode mostrar a ele imagens e fotografias de rostos.
- 6 meses: a criança já consegue pegar o livro (que deve ser em material atóxico e resistente) e levá-lo a boca. Escolha livros com cores vibrantes, que possam ser manipulados, com imagens simples e figuras de faces e objetos familiares.
- 9 meses: o olhar do seu filho nas páginas fica mais atento, ele começa a entender como ‘funciona’ o livro. Aprecia livros de papelão duro que descrevem objetos simples, os quais você pode repetir inúmeras vezes o nome e o animal (aqui é possível se divertir imitando os rumores dos animais).
- 12 meses: o bebê está pronto para as primeiras estórias construídas de maneira simples, que espelhem a sua vida cotidiana. O livro se torna sempre mais familiar e agradável, ele é capaz de manipulá-lo cada vez melhor.
- 15 meses: a sua filha já sabe girar as páginas e te entrega o livro para que você leia para ela. Ela se diverte repetindo ou antecipando palavras isoladas ou frases curtas e simples.
- 18 a 24 meses: a criança já adquiriu muitas competências em relação ao livro, pronuncia as palavras que as imagens sugerem, tenta falar a última sílaba ou a última palavra de uma frase deixada em aberto pelo adulto (especialmente se se trata de um texto rimado). Ela também pode repetir pequenas sequências de estórias que já escutou diversas vezes.
- 24 a 36 meses: seu filho sabe manipular com segurança o livro, escuta atentamente (por alguns minutos) a sua leitura e sabe repetir em ordem as pequenas estórias que já foram lidas repetidamente. Os contos podem começar a serem mais complexos e ligados às emoções da criança.
Leia também: Bilinguismo e atraso da fala e Alfabetização em contexto bilíngue
Essas idades e comportamentos são indicativos. Cada criança tem o seu próprio tempo e desenvolvimento. Isso é só para te dar uma base. Se em algum momento o seu filho ainda não se comporta como descrito, não se preocupe. Continuem seguindo com os seus próprios passos. Tendo amor, atenção e dedicação dos pais todo bebê se desenvolve no ritmo certo.
Bilinguismo e a língua materna
Por último, faço um alerta para aqueles que vivem em outro país. Certamente a leitura poderá ajudar na apresentação de várias línguas ao seu filho, contudo, é muito importante que isso aconteça através de alguém que tenha fluência no idioma. O ideal é que se inicie essa relação com a leitura na sua língua materna, pois é com ela que você consegue passar naturalmente todas as entonações e emoções que acompanham a estória. Saliento ainda que a língua materna é essencial na formação da pessoa, porque é a linguagem da emoção, das recordações e das narrações. O idioma do país de residência poderá ser aprendido através da escola e de outras atividades de leituras oferecidas especialmente para crianças em bibliotecas, livrarias, eventos, etc.
Ci vediamo, divertitivi!
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*Citações e fontes: Livros: Bebè a costo zero, Giorgia Cozza. Torino: Il leone verde, 2016. | Come liberare il pontenziale del vostro bambino, Daniela Valente. Italia: Per un mondo nuovo, 2016.
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