Playdate com os amigos da escola
Este mês é o mês do amor e da amizade na Colômbia. Escrevi um texto sobre isso. Como são as comemorações e tudo o mais que envolve este mês de celebrações lá no BPM. Fiz uma menção também de como a comemoração afeta as crianças, que são incentivadas, na escola e em casa, a demonstrar seu carinho aos amigos através de cartões e pequenas lembranças. Acho muito legal a iniciativa, porque mostra às crianças o quanto é importante dizer ao outro, seja amigo ou família, que ele é importante, amado, querido, especial. Deixando de lado a questão comercial que envolve a data, esse ponto positivo merece destaque, especialmente no que diz respeito às crianças.
Não vou me estender porque certamente serei repetitiva em relação ao outro texto.
Mas, como estamos no mês da amizade, gostaria de falar da experiência que foi o primeiro play date que fizemos em casa com alguns amiguinhos da escola.
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Tudo aconteceu porque minha filha começou a pedir para trazer alguns amigos da escola para brincar aqui em casa. Então pedi para que ela escolhesse quais amiguinhos ela gostaria de convidar e organizei um encontro à tarde, depois da escola, com eles, para que pudessem brincar e se divertir um pouco.
Acontece que eu não sabia como funcionava bem esse lance de amigos da escola frequentarem a casa, se deveria convidar as mães, o que servir, e os outros irmãos, coisas simples, mas que podem gerar um certo nível de constrangimento. No entanto, acho que o fato de não conhecer as “regras” locais para isso, acabou me ajudando e não me prendeu a nenhum padrão estabelecido. Organizei tudo como me pareceu melhor e mais lógico, considerando tratarem-se de crianças de 4/5 anos de idade.
A lista de convidados
Peguei a lista de amigos que ela escolheu, peguei os contatos das mães no grupo do Whatsapp e entrei em contato com cada uma, convidando-as para virem passar uma tarde aqui em casa, para que as crianças pudessem brincar um pouco. Convidei as mães, primeiro porque fiquei receosa se daria conta de cuidar de meia-dúzia de crianças, sozinha, sem ter a menor ideia se eram crianças comportadas ou não. Segundo, porque não sabia bem como funciona essa questão da confiança entre os pais da escola aqui na Colombia. Eu não tinha conhecimento se é tranquilo você deixar seu filho sob a responsabilidade de outra mãe, e, em contrapartida, assumir a responsabilidade de outra criança que não seu filho.
O que vi no Brasil recentemente é que, por toda a conjuntura que temos passado de insegurança, muitos casos de pedofilia e desaparecimento de crianças, deixar seu filho sob a responsabilidade de outro pai ou mãe não é mais uma coisa tão corriqueira e tranquila como foi na nossa infância, por exemplo.
Pois bem. Tudo certo. Cada criança viria com sua mãe e algumas delas trariam seu irmãozinho(a). Preparei uma mesa para um lanche da tarde para as mães e para as crianças, pipoca, bolo, sanduíches e suco. Beatriz estava numa alegría que não cabia dentro dela!
Diversão e muito papo
E assim foi. Todos vieram e, tanto as crianças como as mães, se divertiram muito, acredito eu. A ver pelo estado de bagunça que ficou a casa ao final, com brinquedos e pipoca espalhados por toda a parte, certamente eles se divertiram! E nós, mães, batemos um bom papo e comemos um lanchinho bem gostoso enquanto as crianças brincavam. Foi uma tarde muito agradável! Minha filha ficou muito feliz em ter podido trazer seus melhores amiguinhos para brincar em nossa casa.
Se você me perguntar qual a regra para este tipo de evento aquí na Colombia, não sei te responder. E, na verdade, acho que não existe regra. Uma das coisas que eu percebo em encontros e festas é que as pessoas não costumam comer muito. Montei uma mesa cheia de coisas, como estamos acostumados a fazer no Brasil, e sobrou bastante coisa, mais do que o que geralmente sobra. Isso acontece também em festas de aniversários, mas depois explico essa parte em outro post. Também percebo que aqui as pessoas se sentem muito honradas quando são convidadas para irem na casa de alguém, como se convidar uma pessoa para ir à sua casa fosse um sinal de que o convidado é alguém querido e especial para quem o convida.
De qualquer forma e independentemente de regras acho que o modelo deu certo! Pouco tempo depois, uma mãe da escola convidou Bia para brincar com sua filha e mais uma amiguinha em sua casa, da mesma forma como tinha feito. As mães bateram um bom papo e comeram um lanchinho enquanto as crianças brincavam. E assim passamos mais uma tarde feliz entre amiguinhos!
Mesmo não sabendo muito bem como tudo funciona aqui, por sermos muito parecidos culturalmente fica difícil de errar em situações como essas. E, caso isso aconteça, tenho a impressão de que o “erro” não será tão grave.
Até a próxima!