Como ser mais autoconfiante? Essa é uma pergunta muito poderosa porque o processo que você realizará para chegar até a resposta final vale tanto quanto a resposta em si. Isso em razão da autoconfiança ser proporcional ao seu nível de autoconhecimento e autoaceitação. A base é: quanto mais eu me conheço e me aceito, mais eu me valorizo e me desenvolvo. Então esses elementos são pré-requisitos para a nossa realização seja no âmbito pessoal, profissional, relacional ou afetivo.
O texto de hoje é para iniciarmos essa reflexão juntas e cada uma encontrar suas respostas particulares. Para tal irei compartilhar três dicas relevantes que permitirão que vocês tirem obstáculos que existem no processo de nos tornarmos mais confiantes, vamos lá?
Dica 1: Autoaceitação não é conformismo
Por muito tempo eu caí nessa armadilha, achei que eram sinônimos. E ouso dizer que essa armadilha é praticamente unanimidade entre nós, concordam? Nesse fluxo eu relutava em me aceitar como sou por achar que estaria me limitando. Acreditava que deveria me criticar, ser rígida comigo e me torturar pelas minhas “falhas”, banir de mim meus “defeitos” para então poder mudar. Era uma grande autossabotagem ao focar somente nos aspectos negativos. Era um olhar enviesado para validar um trato rude comigo, sem nenhum acolhimento, e que não levaria ao meu desenvolvimento genuíno.
Na realidade, a autoceitação é um convite para nossa transformação. O aspecto fundamental consiste em perceber que somente posso mudar aquilo que reconheço como sendo meu. Quanto mais eu me aceito como eu sou, mais eu posso integrar todas as potencialidades que existem em mim. Assim integro a polaridade do que eu vejo como positivo e o que vejo como negativo. Se eu nego qualquer faceta minha, eu diminuo minhas oportunidades de evoluir.
O caminho é reconhecer minhas potencialidades, talentos, habilidades, e também o que não gosto e quero aperfeiçoar. Autoaceitação é fundamental para transformar aquilo que você deseja, ser protagonista da sua vida, dar um sentido à sua trajetória. Até mesmo traz a possibilidade de identificar aspectos que eu não conhecia em mim, e isso gera a tão desejada expansão ao aprofundar o conhecimento sobre si mesma.
A autoaceitação lhe deixa mais autoconfiante porque diminui seu medo diante das situações de vulnerabilidade, visto que você se torna mais forte ao reconhecer todas as suas formas de ser e se expressar.
Dica 2: Perfeito é diferente de artificial
Muitas vezes queremos ter uma vida perfeita achando que com isso teremos mais confiança e segurança. Contudo a concepção que temos de perfeição normalmente é o contrário do que é saudável para nós. Parte dessa crença surge da imagem que é disseminada pela sociedade que consiste no mundo artificial vendido como perfeito. E isso é tão constante que sobra pouco espaço para questionamentos.
Por exemplo, durante anos almejamos a “família perfeita” dos comerciais de margarina.
No aspecto alimentar também podemos encontrar distorções tais como valorizar a ingestão de vitaminas sintéticas ao invés de comermos mais frutas, verduras e legumes.
No campo emocional, idealizamos os relacionamentos com base em contos, filmes, séries e novelas. Assim nos frustramos com os encontros reais, acabamos acreditando que migalhas de amor bastam ou reprimimos o que sentimos para não sofrermos.
Na área profissional, podemos ter a crença que é impossível ganhar dinheiro fazendo o que se ama. Desta maneira nós afastamos do nosso propósito, buscamos opções validadas pelos outros ou podemos até mesmo adoecer.
Leia também: Como criar meninas felizes e confiantes?
O artificial leva à estagnação porque baseia-se em conteúdo de vida pré-programada, em posturas encaixotadas, em temer o que faz parte da nossa natureza humana e assim nos afastando da nossa essência. E porque compramos essa ideia? Por medo de sofrer. Entretanto, esse artificial revestido de “perfeito” congela suas emoções, paralisa sua vida, restringe suas opções de mudança e gera sofrimento. Você acredita que está buscando o melhor para si, mas está é se prejudicando.
A vida perfeita permeia altos e baixos, e com isso temos movimentos e desenvolvimento. Nessa dinâmica, a vida saudável e próspera realmente acontece. Claro que você não precisa se expor em todos os aspectos da vida ao mesmo tempo de forma radical, o processo pode e deve ser gradual.
Dica 3: O valor das pequenas ações
Na ânsia de mudarmos o que está nos incomodando podemos focar somente no objetivo final e esquecermos dos passos até chegar lá. Ou então podemos nos assustar com essa meta, por ser grande ou muito diferente do modo atual, e nos paralisarmos. É importante planejarmos as ações gradativas para termos constância e eficiência.
Podemos usar a metáfora da bicicleta para ilustrar esse processo. O objetivo final é chegar rápido e mais longe do que o trajeto habitual que fazíamos à pé. Contudo, aprender a andar de bicicleta requer mudanças significativas. Podemos começar com auxílio de rodinhas, ajuda de alguém, aos poucos ir aumentando o percurso. Entretanto, mesmo assim alguns momentos podem fugir do nosso controle e podemos cair.
Afinal, aprender a se equilibrar envolve descontrole, ações desagradáveis, tombos até que encontramos nosso eixo e ficamos mais confiantes. Ah, o sabor de uma conquista é um super tônico para autoconfiança. Cada etapa conquistada, desde a mais pequena, é um reforço positivo para nos valorizarmos.
Leia também: Problema de estimação: você tem um?
Vale ressaltar que um esse reforço na autoconfiança extrapola a dimensão onde foi vivenciado. Isto porque nosso aprendizado é feito em rede. Quando você se torna confiante ao andar de bicicleta fica registrado em sua mente essa habilidade e toda a sensação boa envolvida.
Então quando passar por outra situação desafiadora já terá no seu arsenal interno essa vivência e poderá acionar a autoconfiança já experimentada.
Quanto mais experiências desse tipo você tiver, melhor será para vencer seus medos e inseguranças. O conjunto de pequenas ações causam um grande impacto.
Para finalizar, lanço esse desafio para você: que tal começar hoje mesmo a fazer pequenas ações que irão reforçar sua rede interna de autoconfiança?