Thanksgiving, um exercício de reflexão e gratidão
Inicio este texto com uma pergunta que não sai da minha cabeça: já é novembro? Sério mesmo? Outubro, aquele mês que sempre vai bem devagarzinho, dessa vez passou tão rápido. Voou. Quando percebi, já era Halloween e aí começou o penúltimo mês do ano. Acho que depois que a gente vira mãe, os dias ficam menores. Deve ser isso. Só pode ser…
A parte boa é que a famosa holiday season, como dizem aqui nos EUA, já está batendo à nossa porta e, apesar do frio que vem por aí, não tem como não se animar com os feriados que estão por vir, principalmente agora que sou mãe. Primeiro Thanksgiving, primeiro aniversário da mamãe (toca aí se você também é sagitariana!), primeiro Natal, primeira virada de ano. São tantos estreias e tantas expectativas que não sei nem explicar. Só sei agradecer!
Enquanto procurava um tema para o meu artigo deste mês do BPM Kids, decidi que iria escrever sobre Thanksgiving, o famoso Dia de Ação de Graças – o feriado mais tradicional dos EUA. Eu poderia agora explicar o que significa esta data comemoração, mas vou deixar que você leia este texto que a colunista do Brasileiras Pelo Mundo, Lorrane Sengheiser, publicou em 2014. Tem tudo lá.
A tradição não mudou: turkey (peru), jantar em família, futebol americano, turkey, stuffing, purê de batata, turkey, cranberry sauce (molho de cranberry), desfile na TV, turkey… Eu falei turkey? Brincadeiras à parte, a ceia de Thanksgiving é, geralmente, preparada por várias pessoas e gira mesmo em torno do famoso peru, símbolo do feriado.
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O dia de Ação de Graças é, de certa forma, similar a uma celebração natalina, porém sem amigo-secreto, sem troca de presentes e sem uva-passas no arroz (na verdade, não tem nem arroz). Pelo menos com base na minha experiência, as celebrações por aqui tendem a ser “mais simples” quando comparadas às ceias natalinas que geralmente fazemos no Brazil. A família se reúne na casa de alguém, no nosso caso na casa dos avós do meu marido. A ceia sempre acontece lá e são sempre as mesmas pessoas que vão.
Esse ano é o meu primeiro Thanksgiving como mãe. É, logicamente, o primeiro Dia de Ação de Graças do meu filho e é incrível perceber o quanto, pra mim, o significado desse feriado mudou. Quando vim para os EUA pela primeira vez, o meu plano para novembro estava traçado e se chamava BLACK FRIDAY. Lembro o quanto eu trabalhei nos meses anteriores e o quanto eu economizei pra conseguir comprar um computador em promoção. Passei hoooooras em uma fila (leia-se hooooooras), na porta de uma loja bem famosa por aqui, que se chama Best Buy, na esperança de conseguir o melhor preço. Não preciso nem comentar sobre o frio terrível que estava fazendo (e naquela época não existia nem WhatsApp, nem Instagram pra ajudar na distração).
Mais do que descontos: “what you are thankful for…”
Sem dúvida, a experiência foi super válida. Comprei o computador que eu queria e me diverti muito com as minhas amigas na fila. Hoje, porém, vejo como o significado desse mês mudou pra mim. Com o passar dos anos, conheci meu marido e aos poucos fui conhecendo e aprendendo a gostar do Thanksgiving de uma forma diferente. E este ano, não poderia ser mais especial: pela primeira vez iremos celebrar junto ao nosso pequeno.
Mais do que uma oportunidade de encontrar promoções imperdíveis na Black Friday, o Thanksgiving se tornou, de verdade, um momento de reflexão para mim. Uma oportunidade de fazer uma análise da minha vida e, ao invés de pedir, agradecer. Agradecer pelas experiências vividas, pela comida de todos os dias, por ter saúde e pela saúde das pessoas que amo, pelas oportunidades que aparecerão, por ter tido uma gravidez e parto abençoados, pelo príncipe lindo que nós ganhamos, por ter recebido minha família e amigos aqui este ano, por ter saúde e disposição para estudar e trabalhar e ainda ser mãe… a verdade é que, quando a gente para pra pensar, encontramos mais motivos do que imaginamos para agradecer.
A palavra Thanksgiving significa “uma expressão de gratidão, especialmente a Deus” e é por isso que, nesta época, encontramos a oportunidade para responder à pergunta: “What are you thankful for?” (pelo que você é grata?).
No plano ideal, claro que esta autoanálise deveria fazer parte do nosso cotidiano. Mas, infelizmente, a vida é traiçoeira e a maioria de nós tende a, inconsequentemente, focar naquilo que nos traz ansiedade, naquilo que não temos, ou nos não’s que recebemos. Somos humanos, afinal de contas.
Por isso, o Thanksgiving é uma celebração tão bonita. É a época do ano em que somos obrigados a mudar (ou pelo menos a tentar mudar) o foco dos nossos pensamentos; é a oportunidade de concentrar a nossa energia nos inúmeros motivos que temos para agradecer e, mais importante ainda, é a chance de levar pro seu dia-a-dia o hábito de sempre executar esse exercício consciente de autoanálise e gratidão.
Gratidão. Eita palavra bonita e cheia de significados! E é com ela que eu quero terminar este texto. Assim como fazemos aqui durante a ceia, quero te convidar a responder à esta pergunta: quais o motivos que você tem para se sentir grata?
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