Festa de aniversário na Inglaterra

Festa de aniversário na Inglaterra – a volta ao básico

Quando chegamos aqui, minha filha começou o primeiro ano da escola primária (reception) com um bimestre de atraso em janeiro por causa da data da nossa mudança para Bristol no fim de novembro. Somado a isso, minha filha não falava uma palavra de inglês. Mas apesar disso tudo, ela estava se entrosando bem com as outras crianças e parecia feliz. No começo de janeiro, ela foi convidada para sua primeira festa de aniversário na Inglaterra. A aniversariante era uma menina da classe dela e o convite era claro: a festa começava às 15h e terminava às 17h. E tínhamos que confirmar presença – para uma festa de 5 anos… Mas tudo bem, se aqui é assim, confirmamos e pronto.

No dia da festa chegamos pontualmente às 15h no endereço do convite. Fomos muito bem recebidas pela mãe da aniversariante que nos levou para dentro da casa. Lá, já estavam várias meninas que eu reconhecia da classe da minha filha, porém nenhuma delas acompanhadas de pai ou mãe. Em nenhum momento me passou pela cabeça que eu deixaria minha filha sozinha ali, na casa de alguém que eu acabara de conhecer. Até então minha experiência no Brasil sempre tinha sido de acompanhá-la nas festas.

Nesse momento a campainha tocou. Era mais uma mãe e ela trouxe sua filha para a sala onde todas nós estávamos. Para a minha sorte, ela também parecia meio perdida no sentido – a gente tem mesmo que deixar as meninas sozinhas? – e também não fez nenhum movimento de ir embora. Nos próximos minutos, todos os convidados chegaram. Eram cerca de 10 crianças no total, a outra mãe e eu.

Ficou claro pra mim que a regra era deixar as crianças ali e voltar às 17h para buscá-las. Mas eu não estava preparada para aquilo, não ainda. A mãe da aniversariante  imediatamente percebeu minha situação e me mostrou uma cadeira para que eu pudesse sentar, ficar a vontade. Fez o mesmo com a mãe da outra menina. Conversando com a outra mãe, fiquei sabendo que a filha dela também era filha única, mas que apesar da menina ser inglesa, ela era muito insegura e havia pedido para a mãe ficar. Justo.

Muitos jogos e brincadeiras

A festa começou com vários jogos e brincadeiras. Teve musical chairs (dança das cadeiras), musical statues (quando a música para, a criança tem que ficar imóvel como uma estátua, se mexer sai do jogo), pin the tail on the donkey (aquele jogo clássico de colocar o rabo no burro), etc. Alguns eu nunca tinha ouvido falar!

A última brincadeira foi “pass the parcel” que me pareceu ser a favorita da galerinha. Um presente é embalado várias vezes, em muitas camadas e a cada camada tem um presentinho, pode ser um pirulito, um chocolate, etc. As crianças sentam em círculo e quando a música começa passam a “parcel” até a música parar. Quem estiver segurando o embrulho quando a música parar pode tirar uma camada do embrulho e ganha o doce que ali estiver. Isso acontece até chegar no último estágio que tem um presente melhor. Para informações sobre outras brincadeiras típicas de festinhas na Inglaterra, acesse aqui.

Uma coisa que me chamou a atenção foi a comida servida. Cenoura e pepino cortados para passar no húmus parecia ser o favorito das crianças. Também tinha tomate cereja, mini salsichas, mini quiches, sanduíches de presunto e queijo. Vários tipos de frutas cortadas e colocadas em palitos também eram popular. Não rolou refrigerante e sim squash, um tipo de xarope bem açucarado (há opções com substitutos de açúcar) sabor fruta misturado com água.

O final da festa se aproximava e resolveram cantar parabéns pra você. Eu e minha filha mega animadas mas o ritmo do “Parabéns” era o oposto do nosso, bem mais devagar do que a gente esperava e sem bater palma… Agora era só comer o bolo e ir embora. Mas quem disse que elas iam comer o bolo ali? As crianças receberam cada uma um pedaço de bolo embrulhado num guardanapo e ele foi colocado dentro de uma bolsinha que tinha lembrancinhas para levar para casa. O bolo foi devidamente comido na nossa casa.

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Preparando uma festa na Inglaterra

Minha filha adorou a tarde e voltamos para casa felizes. Naquele mesmo dia, tendo entendido como funcionavam as festas aqui, decidi que não ia esperar o aniversário dela chegar para dar uma para ela com o intuito de ajudá-la na adaptação. Dar festa aqui era mamão com açúcar! Quem precisa de buffet infantil! Vamos simplificar e focar nas crianças! Fevereiro estava aí e com ele chegava o carnaval. Estava decidido: daríamos um baile de carnaval no nosso apartamento em pleno inverno inglês.

Contatei o pai dela no Brasil e ele me mandou um monte de pacotes de confete e serpentina além de típicas máscaras de carnaval. Baixei um monte de música de carnaval e marchinhas tradicionais. Fiz os convites da festa com ela, a mão mesmo e no dia seguinte, ela os entregou para as amiguinhas na escola.

Trabalho que vale a pena

No outro dia, não só minha filha era a menina mais popular da escola, pois ninguém tinha ido a um carnaval ainda, como todas a mães vieram falar comigo na entrada da escola confirmando a presença dos filhos e dizendo o quão original essa ideia era! Uma das mães se ofereceu para fazer “face painting” durante a festa já que ela era artista! Genial!

Ok, ninguém chegou vestida de colombina ou de baiana, mas vieram muitas princesas da Disney, vários animais, fadas, etc. Todos ganharam “face painting”, dançaram e pularam muito. Aprenderam a jogar serpentina e os sacos de confete terminaram muito mais rápido do que eu imaginei. A casa ficou coberta de confete e nos próximos quatro anos que morei nesse apartamento achei constantemente confete em algum canto da casa. No dia que nos mudamos de lá, depois que toda a mobília do apartamento foi retirada, a quantidade de confete que ainda tinha foi impressionante. Mas valeu a pena o trabalho.