Em outubro de 2016, recebo uma carta do NYSED – Departamento de Educação do Estado de Nova York negando minha aplicação para a licença profissional para praticar psicoterapia por lá.
Fiquei arrasada.
Estava esperando por essa carta há um ano, depois de muito trabalho para obter toda a documentação necessária. Tradução e autenticação em dois países, sem mencionar o custo de tudo isso. Todos os meus estudos e experiências em dois outros países não eram suficientes. Não era possível! E eu tenho história com isso, já tinha me qualificado e recomeçado meu consultório em dois países diferentes.
E aí veio mais uma mudança de país. Muito comum na vida de esposas de expatriados, e extremamente frustrante!
A descoberta da nova carreira
Essa experiência de começar do zero a cada poucos anos me abalou profundamente. Fazer tudo de novo? Será que eu realmente vou ter que desistir dos meus sonhos e apenas seguir a carreira do meu marido? Eu estava com tanta raiva e só queria gritar pra todo mundo ouvir que eu ja era qualificada e tinha tanta experiência! Pensei em desistir e me contentar em cuidar da minha família, que já é um grande trabalho. Mas eu sei que não e isso que eu quero.
Então veio o momento da virada, quando decidi parar de lutar contra a maré e mergulhar em mim mesma. Com apoio fundamental da minha brilhante terapeuta-coach na época, fui capaz de me desapegar do título, do status e dos meus preconceitos e me conectar à essência do que adoro fazer: ajudar as pessoas em conversas que mudam a forma como eles sentem sobre si mesmos.
Bingo! O que estava me impedindo não era o NYSED, mas minhas próprias crenças de como deveria ser. Eu poderia fazer o que eu amo em um formato diferente. Esta não é a primeira vez que penso em coaching, já vinha fazendo várias experiências desde meus tempos de executiva de recursos humanos na Unilever.
Mas, sempre uma boa aluna e certinha, eu queria ter certeza de estudar uma metodologia de coaching específica para atuar de forma super profissional. Eu lutei com as vozes negativas na minha cabeça que diziam “todo mundo pode ser um coach depois de um curso de fim de semana“, com a minha culpa por investir em mais um programa caro e extenso e passei a concentrar minha energia em algo que pode ser portátil e adequada à minha vida.
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Veja bem, pode parecer óbvio para alguém que está olhando de fora, mas foi um processo difícil para mim sair das minhas certezas para enxergar possibilidades diferentes. E tem sido inestimável ter ajuda profissional ao longo do caminho.
Essas são algumas das principais perguntas que me guiaram.
- O que é essencial para eu manter?
- Como eu quero me sentir?
- E se meus pensamentos forem o único impedimento real que tenho agora?
- Como posso sair da minha própria frente?
- De quem preciso para me ajudar a descobrir isso?
- O que realmente preciso fazer para poder oferecer minha contribuição ao mundo?
Desde então, tenho encontrado essa energia para focar, aprendendo e praticando, e experimentando algumas sincronicidades muito boas que me incentivam a seguir o caminho certo. Está se sentindo mais fácil e mais leve.
Claro que teve muito trabalho envolvido. Hoje atendo online mulheres que como eu acham que sua carreira e uma parte fundamental da sua felicidade, e que querem se relançar profissionalmente enquanto moram pelo mundo. Tive sim que tomar algumas decisões difíceis. Parar de fazer algumas coisas para encaixar outras em minha vida. Estou tão envolvida que perco a noção do tempo preparando sessões, apresentações, conteúdo para meu grupo de Facebook e fico perturbando minhas amigas expatriadas com conversas sobre continuarem as carreiras delas.
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E sempre me questiono sobre como estar presente online sem criar apenas mais ruído em um mundo já barulhento. Mas agora não so posso ver a estrada, como estou caminhando nela.
O agora é tudo o que temos”
Bruce Schneider
Você pode encontrar mais informações sobre trabalho da Renata Andrade como coach de carreira nos seguintes canais:
Instagram: @renata_p_andrade
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Renata Andrade – arquivo pessoal
Com extensa formação acadêmica e experiência como psicóloga, coaching e executiva de recursos humanos, trabalha com mulheres que acreditam que a carreira é uma parte fundamental e enriquecedora de quem elas são e querem se sentir orgulhosas e motivadas com o que elas fazem de novo.
Originalmente brasileira, 1/3 italiana por sangue, para sempre londrina de coração, Renata morre de saudades da neve que transformava seu quintal de Scarsdale, NY em um cenário mágico de inverno! Atualmente, vive em Milão, onde abusa da cozinha de seus ancestrais com o marido, dois filhos e Ozzy, seu novo galguinho italiano.