Natal e Ano Novo nos EUA e no Brasil.
Eu passei apenas um Natal nos EUA e não foi em Nova Iorque, mas nos subúrbios de Chicago. Mesmo morando aqui há tanto tempo, sempre consegui visitar minha família nessa época de Natal e Reveillon, uma benção, eu sei!
Depois de casada houve uma pressão para revezarmos o Natal, um ano com cada família. Maaaas, muita ênfase no maaaas, depois do Natal, vem aquela comemoração de Ano Novo que só o brasileiro sabe fazer.
Como resolver o impasse?
Para evitar o tal revezamento, primeiro usei a tática que muitas amigas americanas usam: Thanksgiving com a família do marido e Natal com a da esposa. Claro que não temos Thanksgiving, então além de soar engraçado, a reposta foi não.
A táctica número 2 foi levar meu marido para passar o Ano Novo na nossa terrinha. Um ano fomos para Fernando de Noronha; no ano seguinte, fomos para o litoral norte, e o outro, passamos a virada na Bahia e assim o gringo pirou. Contudo, ele ainda não estava convencido de passar todos os Natais (e, daí entenda-se também o Réveillon) no Brasil, porque não daria para quebrar essa semana em 2 viagens, Natal em Chicago (onde a família dele mora) e o Réveillon no Brasil, haja né?
Natal e Réveillon nos EUA
No ano de 2014, já tínhamos celebrado o casamento no Brasil, então fui convencida a passar as festas de fim de ano nos EUA, até porque estava gravidíssima e não queria ficar muito longe de NY. Fomos para Chicago dia 23 de dezembro e nesse mesmo dia, a agenda social já foi intensa: teve almoço com uns e jantar com outros, todos em clima de festas. Não sei se são os meus sogros ou porque é uma cultura de subúrbios ou ainda porque é Middle West Norte Americano, mas a agenda social lá é intensa e todos são muito simpáticos; aqui na Costa Leste todos parecem mais frios.
No dia 24 não há aquela comemoração que nós fazemos, família toda reunida, ceia de Natal e presentes. Para eles, o Santa Claus vem durante a noite do dia 24 para dia 25 e os presentes são abertos no dia 25 de manhã. Pelo o que entendi, cada núcleo familiar passa aquela manhã com as suas crianças, elas acordam ansiosas e abrem os presentes de pijamas. Somente depois a família se reúne com tios; primos e avós para um brunch.
Apesar de não haver aquela celebração como conhecemos, no dia 24 à noite, eles fazem festa sim! Na minha experiência a festa da véspera foi na casa de uns amigos. Tudo arrumado e decorado para o Natal e TODOS usavam aquelas blusas de lã de Papai Noel, rena e/ou boneco de neve. Eu achei que era coisa de filme, mas eles usam! O sogro querido foi de gravata com motivos de Natal. Já o meu marido foi interdito de se vestir ou usar qualquer acessório do tipo. Cada um com suas preferências, não obstante, achei bem divertido ver todos vestidos a caráter.
O dia de Natal
Dia 25 é o mais esperado. Ali de pijama mesmo, tomando café da manhã, ao som das músicas natalinas abrimos os presentes e celebramos. Depois, nos juntamos ao restante da família, primeiro para um brunch e depois para um early dinner.
Passado o Natal, viajamos para Aspen a fim de celebrar a chegada de 2015, nós e uns amigos. Eu e uma das amigas não esquiávamos, então só nos cabia caminhar pela cidade e beber: ela vinho e eu chocolate quente (por causa do barrigão de 6 meses).
Ano-Novo: EUA X Brasil
No dia 31, declinamos as festas e nos preparamos para ver os fogos de artifícios. Faltando um pouco para meia-noite fomos nos aventurar nos -15°C lá de fora. O frio era tanto que a gente andava pulando pra esquentar, mas ninguém ousava voltar, queríamos ver os fogos de artifício. Quando o relógio marcou 23h59 começamos a ouvir alguns perdidos pela cidadezinha contando 10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1 e: puf, paf e ploft… 5 minutos de fogos! Uma decepção! Naquele frio, com todo aquele esforço, a comemoração é pífia, ainda mais se comparada com a brasileira. E assim todos dormem cedo porque o que importa lá é ir esquiar.
Pelo que percebo a noite de Réveillon não é um um grande acontecimento aqui não. No Brasil a gente se prepara meses antes, organiza viaja, pede férias pro chefe antes do colega pedir, enfim, sendo com 7 ondinhas ou não no Brasil é o Ano-Novo é um ritual clássico, regado a músicas, comes, bebes e muitos fogos.
Desde então tem sido fácil fácil levar o gringo, husband, para o Brasil para estas comemorações.
Porém, no ano seguinte com um baby the 8 meses de idade, eu queria mesmo me aposentar das festas e viagens. Mas meus pais me deserdariam se eu não fosse pro Brasil com o pimpolho.
Viajando com um bebê para o Brasil
Contrariamente ao que se possa supor, para mim esta foi uma fase ótima para viajar com meu filho. O voo NY – SP, na maioria das vezes, é noturno, o que ajuda, pois a criança dorme durante o voo. Nessa idade ainda, algumas companhias aéreas, dependendo do modelo do avião e do peso da criança, fornecem uma espécie de bercinho para o bebê dormir. No meu caso solicitei o que fica anexado à frente do assento, na primeira fileira do avião. Meu filho dormiu praticamente o tempo todo. Quando ameaçava a chorar, eu dava um pouco da mamadeira. O carrinho de bebê é despachado na entrada do avião e fica fácil pegá-lo de volta, assim que o desembarque começa, na porta da aeronave.
O Natal foi como sempre gostei, família reunida, presentes e ceia na véspera.
Dessa vez quase não aguentei esperar a meia noite pros fogos que amo, pois sabia que 5h00 seria despertada pelo filhote. Como as coisas mudam não?
Veja aqui o link para mais algumas informações sobre como viajar com criança com menos de 2 anos.
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