Como é uma festa infantil no interior do Canadá?
Logo na primeira festa infantil que fui percebi como é diferente do Brasil. “Estranho…”, pensei – ah, como era nova e tão cheia de achismos! – “Como assim eles não fazem atividades com as crianças? Como assim não há guloseimas, nem salgados, nem isso e aquilo? E os balões?…”
Eu pensava: “Esse povo não sabe nem se divertir e nem fazer festa!”
Acredito que devo até ter falado algo como: “Quando eu tiver filhos…” ou ainda:“me aguardem, minhas festas vão ser as mais legais!”
O que eu só entendi quando tive minhas filhas é que a praticidade, a facilidade e o bem-estar da família são sempre levados em consideração, além do custo, que também é algo importante. Dificilmente os pais vão chamar muita gente para a festa ou vão pensar também no pós-festa.
Organizando a festinha
O mais comum no interior do Canadá é que os filhos escolham o tema do aniversário e que a decoração seja do tamanho do bolso dos pais, ou seja, varia de acordo com o poder aquisitivo da família. E as mães são bem adeptas ao chamado do it yourself, o famoso “faça você mesma”. Muitas até chamam as amigas para ajudar na confecção da decoração.

típico “Faça Você Mesmo”, aniversário em casa.
Já vi aniversários bem minimalistas e outros bem mais elaborados. O bolo, que vai de acordo com o tema, é geralmente encomendado. Os locais para encomenda podem ser a panificadora do mercado, a panificadora da cidade ou alguma confeiteira profissional. Claro que algumas mães preferem fazer o bolo, este nem sempre tão requintado. Nos aniversários que acontecem no verão, o bolo normalmente é de sorvete.
Muitos pais têm hoje em dia optado por festas mais saudáveis, nas quais geralmente não costuma-se servir coisas com muito açúcar e chocolate, principalmente depois das 7:30 da noite.
Também é muito comum comemorar o aniversário fora de casa, onde a criança com os pais leva 1 ou 2 amigos para um programa especial, que pode ser um dia na piscina do clube, um dia de spa (para as meninas), uma ida a um parque com brinquedos mais radicais, piquenique nos parques, estação de esqui, museus, vale tudo e a criança é quem escolhe. Aliás, tudo é pensado pelo aniversariante, os pais só ajudam. Há quem opte por fazer algo maior, incluindo uns 3 amigos mais próximos da criança, além de primos e filhos de amigos dos pais.
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Quando a festinha acontece em casa serve-se uma refeição, que geralmente é um almoço. Depois as crianças brincam, cantam os parabéns, abre-se os presentes e acaba a festa. Todos os adultos presentes ajudam a limpar a casa enquanto as crianças brincam. Achei isso muito legal, pois tira uma carga dos pais.
Adotei esse jeito prático do “faça você mesmo” e coloquei a mão na massa. Me senti ótima e não teve nem bagunça e nem stress. A tradição de nossa família é comemorar o aniversário de minhas filhas na casa da avó paterna com um bolo, parabéns e presentes. Depois, num outro dia, comemoramos do jeito que elas escolhem.
Os dois últimos aniversários comemoramos com amigas da escola. Fizemos uma tarde de atividades. Alugamos uma igreja que hoje funciona como o centro de artes da cidade e por 2 horas tivemos atividades.
Como o local era alugado e não queríamos servir refeição completa, tudo foi cronometrado. No final, comeram o lanchinho, servimos cupcakes e acabou. Muito prático. Numa outra ocasião, organizamos uma tarde no Clube Aquático com duas amigas próximas de minha filha e depois fomos ao restaurante. Não levamos incluímos suas irmãs menores, foi realmente um dia só de meninas no clube. Apendi como é bom quando a vontade da criança é levada em consideração.
Não vi festas com mais de 2 horas de duração, porque as crianças se cansam e começam a ficar irritadas. Nada de muito açúcar, nada de muita comilança, mas muitas brincadeiras e diversão. O dia é do aniversariante e eles levam isso a sério. É bem menos estressante quando passamos a seguir o método local de aniversários, mesmo sentindo falta das festas típicas do Brasil. Em cidades grandes existem locais próprios para locação de festas.
Abrir a mente para outras opções me fez um bem tremendo. Sei que quando moramos num outro país com filhos pequenos é importante preservar a nossa cultura, mas é importante também viver a cultura local com respeito, sempre.
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