Hoje, 25 de novembro, é o Dia da Madrinha! Eu sempre enxerguei o papel de madrinha como o de uma “segunda mãe”, alguém que a gente confia e acredita ser capaz de amar e proteger o nosso filho na nossa ausência.
Cresci ouvindo a minha mãe ser chamada de “dindinha”. Ela tem sete afilhados e eu convivi com todos eles durante a minha infância. Ela sempre teve a maior preocupação e carinho com todos. Alguns a gente via menos, mas ela sempre telefonava e fazia questão de estar presente nas datas importantes. Eu me lembro que, conforme fui crescendo, comecei a questionar o porquê de tanta dedicação com alguns afilhados que não correspondiam da mesma forma.
Eu nunca esqueci a resposta que ela me deu:“Enquanto forem crianças, eu continuarei me preocupando e procurando por eles. Eu assumi essa responsabilidade quando aceitei ser madrinha. Quando se tornarem adultos, caberá a cada um deles escolher cultivar ou não os laços comigo”.
A Minha Madrinha
Sempre tive uma relação de muita proximidade com a minha madrinha. Meus pais fizeram uma ótima escolha! Ela é a irmã mais nova da minha mãe e sempre esteve presente nos principais eventos da minha vida. Até hoje me chama de Claudinha e me dá um “colinho” quando eu preciso. Nos últimos anos, “adotei” o seu marido como padrinho. A gente se diverte muito com essa novidade!
Minha filha nasceu coincidentemente no mesmo dia que a minha madrinha! Na época, eu morava em Buenos Aires e a minha mãe estava lá comigo. Quando ela telefonou para o Brasil para contar sobre o nascimento, a minha família estava toda reunida no churrasco de comemoração do aniversário da minha dinda. Minha filha nasceu num sábado à tarde. Minha madrinha pediu para a banda que estava tocando no evento tocar Ave Maria em ritmo de samba e todos da família deram as mãos e celebraram emocionados a chegada da minha pequena. A minha dinda contou que foi um momento de muita emoção.
A Madrinha da Minha Filha
Durante a minha vida inteira planejei que se eu tivesse um filho, a minha irmã seria a madrinha. Mas infelizmente ela teve um grave problema de saúde e faleceu nove meses antes de eu engravidar.
Depois que a minha pimpolha nasceu, eu e meu marido refletimos bastante e decidimos que escolheríamos amigos para desempenhar a função de padrinhos. Pensamos que a nossa família sempre estaria presente para ajudar e amparar a nossa filha quando ela precisasse e decidimos que queríamos ampliar ainda mais essa base de apoio.
Escolhemos um casal de amigos queridos. Nesses dez anos que se passaram do batizado até hoje, a vida da nossa família passou por uma série de mudanças, mas a dinda sempre deu um jeito de estar por perto. Há poucos anos, a minha filha ficou muito surpresa quando descobriu que os dindos não faziam parte da família. Como eles estavam sempre muito presentes, ela deduziu que eles eram membros da nossa família de sangue.
Eu, Madrinha
No fim do ano passado veio ao mundo o meu primeiro afilhado. Ele é filho dos meus compadres, os padrinhos da minha filhota. Como ele mora no Brasil, não pude conhecê-lo na maternidade, nem visitá-lo em casa durante os primeiros meses. Mas vi a minha comadre grávida. Eles vieram nos visitar em Nova Iorque quando ela estava com seis meses de gestação.
Quando conheci o meu afilhadinho, ele já tinha seis meses. Ele é um bebê adorável, sempre alegre e sorridente. A minha filha também ficou apaixonada por ele. E eu fiquei babando de ver os dois juntinhos.
O batizado ocorreu alguns dias depois que nos conhecemos. Que dia especial! Fiquei muito feliz e emocionada por poder fazer parte desse momento importante da vida dele e dos meus compadres. Agora somos duplamente compadres! Fiquei também positivamente surpresa com o comportamento dele durante o batizado e a festinha.
Quando o padre falou que ele teria que ficar o tempo todo no meu colo, eu fiquei receosa que em algum momento ele pudesse estranhar e sentir falta da mãe, mas meu afilhadinho se comportou muito bem. Não chorou nenhuma vez. E eu fiquei coladinha nele durante toda a cerimônia.
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Assim como a minha madrinha e a da minha filha, quero ser uma dindinha presente na vida do meu afilhado. Por viver em outro país, infelizmente não poderei compartilhar presencialmente o seu dia a dia, mas espero poder estar sempre em contato pelo menos de forma virtual. As novas tecnologias estão aí para ajudar nessa tarefa.
Atualmente, a minha comadre é a responsável por comentar sobre as novidades do pimpolho e enviar fotos e vídeos. Recentemente, ele começou a engatinhar e nos últimos dias apareceu o primeiro dentinho. Uma gracinha! Adoro ver fotos dele na creche, na pracinha, na casa da vovó e nas viagens. Quando ele crescer mais, quero poder manter contato direto com ele, saber dos seus gostos em relação aos brinquedos, desenhos animados, musiquinhas, livrinhos, amigos e tudo mais que faça parte do seu mundinho.
Espero conseguir criar laços de amor e de confiança com ele. Assim como aprendi com o exemplo da minha mãe, e com o que vivi na prática com a minha dindinha querida, quero que o Bê possa confiar em mim e desfrutar da minha companhia.
Que nesse dia da madrinha todas as dindas que cumprem esse papel com amor e dedicação se sintam homenageadas. É uma satisfação enorme para uma mãe saber que pode contar com a madrinha do seu filhote. É bom demais ter a certeza de que fez a escolha certa!