No dia 23 de abril celebramos o dia do livro. Se você ainda não conseguiu despertar o amor pelos livros em seus filhos, que tal aproveitar essa data simbólica pra iniciar esse projeto tão importante? O Mães Mundo Afora está com uma iniciativa incrível que pode te ajudar nesse caminho: é só clicar nesse link para participar do sorteio de cinco livros infantis e assim fortalecer a biblioteca infantil da sua casa e construir com os seus filhos esse amor.
Os livros são essenciais para o desenvolvimento infantil. Eles ajudam as crianças a entenderem o mundo e questioná-lo, a desenvolverem a imaginação, a se expressarem, etc. Eles podem ser companheiros fiéis nos momentos de “solidão”. E são uma janela aberta para um mundo cheio de possibilidades.
Muitas mães comentam sobre a dificuldade de desenvolver o gosto pela leitura nos seus filhotes. Eu não tenho uma receita pronta para dar a essas mães e estou consciente de que cada criança é única. Isso fica bem evidente nas famílias com mais de um filho. De todo modo, há algumas sugestões que eu daria pra quem quer incutir nos filhos o amor pela leitura.
Dê o exemplo!
A primeira sugestão é: seja o melhor exemplo! Se a criança ver você lendo com frequência, ela vai querer ler também. Ela vai ficar curiosa para descobrir sobre a leitura. Quanto mais livros você tiver em casa, mais fácil será. É importante, no entanto, que eles estejam em locais acessíveis às crianças. Tenho duas amigas que são irmãs e uma delas me confidenciou que fica muito desapontada quando percebe que os livros que ela dá para os sobrinhos são sempre empilhados em lugares de difícil acesso aos pequenos. Ela acha que os livros deveriam ser mais valorizados pela família e que as crianças deveriam ter livre acesso a eles, assim como têm a vários brinquedos. Eu concordo com ela!
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Estimule a criança desde cedo
A segunda dica seria: comece a estimular o seu filho desde cedo. Compre livros desde bebê. O mercado editorial oferece uma diversidade de opções: livros de banho, livros travesseiros, livros com diferentes texturas e etc. Permita que eles conheçam esse objeto desde bebês. Enquanto não estão alfabetizados, você deve ler para eles, mas deve permitir que eles manuseiem os livros, virem as páginas, observem as figuras e etc. Você também pode desenvolver junto com as crianças os seus próprios livrinhos. Eu comecei a fazer isso com a minha filha quando ela tinha 4 anos. Fazíamos de forma bem simples, com folhas A4 dobradas ao meio. Colocávamos uma folha dentro da outra e depois grampeávamos a “lombada”. Atualmente ela está no quinto ano e está ajudando a professora de teatro a escrever o roteiro para o espetáculo da escola. Está super entusiasmada!
Frequente livrarias e bibliotecas (inclusive durante viagens)

Arquivo pessoal: Livraria Powell’s Books em Portland
A minha terceira sugestão é: frequentem livrarias e bibliotecas. A biblioteca é uma ótima solução para quem não tem condições de comprar muitos livros ou não tem espaço para guardá-los em casa, mas ela não é indicada apenas para essas pessoas. A minha filha, que tem 10 anos, sempre começa a ler os livros nas livrarias antes de comprá-los. Quando ela não consegue ter certeza se gostou ou não de uma obra, ela prefere não comprar e anota a referência para pegar na biblioteca. Eu sei que nem todos têm bibliotecas de qualidade em suas escolas, ou acesso a boas bibliotecas públicas, mas é importante pesquisar sobre as opções na cidade onde você vive. Além da internet, uma boa ideia é pedir indicação aos professores (ou bibliotecário) da escola dos seus filhos.
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Nós frequentamos livrarias com regularidade, inclusive quando viajamos. Sempre sugerimos que a nossa filha compre pelo menos um livro durante as viagens. As vezes, procuramos autores ou histórias locais. Também gostamos de pegar marcadores de livros e tirar fotos. O livro acaba ficando na nossa memória como uma lembrança, um souvenir da viagem. Se você não viaja muito, pode fazer isso nas livrarias da própria cidade onde vive. Tire fotos, guarde marcadores, adesivos, enfim, valorize esse espaço!
Dê livros de presente
De vez em quando são lançadas no Brasil na época do Natal campanhas que estimulam os consumidores a darem livros de presente. Eu gosto muito dessa ideia! Nós damos livros como presente de aniversário para as crianças com frequência. No Brasil, infelizmente algumas vezes eu tive a impressão de que o livro foi visto como um presente “menor”. Em geral, gostamos que a nossa filha sugira o presente que vamos dar aos seus amigos. Já aconteceu, no entanto, dela não querer dar livros para alguns. Isso já aconteceu no Brasil e também nos Estados Unidos. O argumento é o de que o aniversariante não gosta de ler e não ficará feliz com o presente que receberá. A gente tenta explicar pra ela que talvez a criança não goste de ler porque ainda não descobriu um livro com o qual se identifique. E que talvez a gente possa ajudá-la a encontrar esse livro. Nem sempre o nosso argumento convence, mas sempre tentamos.
Controle o tempo e a forma de uso dos aparelhos eletrônicos
Outra ponto relevante é a limitação do tempo de uso de aparelhos eletrônicos. Muitas vezes as crianças não se animam a ler porque têm preguiça, já que ficam muito tempo numa condição passiva diante de tablets e celulares. Além do tempo de uso desses aparelhos, é importante que os pais saibam de que forma eles estão sendo utilizados. As crianças podem usá-los de forma produtiva acessando joguinhos e programas com conteúdo educativo. Vale dar uma pesquisada. Em inglês, eu sugiro o Brain pop, que é um site educacional que trata de temas diversos de maneira divertida. A minha filha conheceu na escola e decidimos fazer a assinatura para ela poder acessar todos os conteúdos de casa. Pode ser uma ferramenta legal também para ajudar o seu filho a desenvolver melhor a língua inglesa.
Sugestões de outras mães
Algumas amigas fazem em casa a “hora da leitura”. Elas definem um período de tempo para que seus pimpolhos se dediquem exclusivamente à leitura. Nunca implementei de maneira organizada na minha casa, mas os relatos costumam ser bem positivos. Pode ser mais uma dica interessante.
Já ouvi relatos de mães que oferecem recompensas aos seus filhos por livros lidos. Eu não considero a melhor estratégia. Acho importante que as crianças enxerguem a leitura como um prazer e não como uma obrigação. Por isso permito que a minha filha escolha os livros que deseja ler. Dou sugestões, mas a palavra final é dela. De todo modo, já escutei relatos de crianças que não liam e que as mães conseguiram reverter a situação utilizando essa estratégia como última opção.
Estou consciente de que algumas dessas estratégias são difíceis de ser implementadas quando os pais também não tem o hábito da leitura. Talvez esse adulto nunca tenha encontrado um tipo de leitura que prenda a sua atenção e o apaixone. Algumas pessoas lêem sobre temas relacionados à atualidade e a suas profissões, mas muitas vezes não é uma leitura relaxada, é mais uma obrigação. A minha sugestão é que busquem leituras que possam lhes dar prazer. Que tal começar esse processo junto com os filhotes?
4 Comentários
Dicas muito interessantes! Como futura mamãe, já estou atenta a elas!! Beijo grande!!
Obrigada, Juliana, querida. Tenho certeza que você vai ser uma mãezona. Beijão
Amei o seu texto, Claudia! Muito bom mesmo!
Muito obrigada, Danyella!