Olá! Hoje trago informações e reflexões sobre a autossabotagem para lidarmos melhor com esse comportamento. Antes que você comece a se cobrar ou se recriminar, sugiro que você se acolha! Todos nós apresentamos, em maior ou menor grau, posicionamentos que nos sabotam.
É uma característica da natureza humana em suas fases de desenvolvimento. Isto é, são pertinentes para um período de transição e adaptação. Não devem causar estagnação contínua. Quando a temporada fica longa é hora de ligar o alerta.
Cada pessoa é única e os recursos devem ser customizados para serem eficientes. Entretanto devemos respeitar o tempo de cada indivíduo com sabedoria para não sucumbir à procrastinação. Assim podemos identificar quais são as raízes particulares destes padrões, ampliar nossa consciência e então modificar nossa postura.
Como a autossabotagem se instala?
Imagine uma pessoa que consiga ler todos os seus pensamentos e emoções 24 horas por dia. Alguém que consiga acessar suas competências e descobrir seus desejos mais íntimos. Além disso esse indivíduo também é capaz de fazer você mudar o rumo da sua vida. Essa pessoa tem enorme poder sobre você, concorda? Que tal relembrar que essa pessoa é você mesma?!
Ao se dar conta disso você se sente fortalecida ou assustada?
Nossa tendência é gostar da sensação de plenitude, vigor e expansão que esse poder pessoal nos traz. Da mesma forma, essa virtude nos exige em igual proporção a autorresponsabilidade. Contudo a maioria de nós não foi preparada emocionalmente para lidar com tamanha potência.
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Frequentemente esse poder é capaz de nos gerar algum tipo de medo. Então começamos a nos comportar de forma que essa potência diminua.
Neste momento se instala a autossabotagem. Por exemplo, quando deixamos de fazer algo por nós que esteja dentro da nossa capacidade estamos nos sabotando. Quando negamos nossas virtudes e exaltamos nossas fragilidades criamos mecanismos de autossabotagem por temer/não saber lidar com o sucesso. Quando nos ferimos, não nos respeitamos ou não nos acolhemos também estamos nos sabotando.
Temos atitudes de sabotagem visando eliminar as ameaças e garantir o que distorcidamente interpretamos como nosso bem-estar.
Por que continuo com comportamentos de autossabotagem?
É consenso que a autossabotagem nos prejudica. Contudo venho trazer outra informação extremamente importante sobre esse tema: a autossabotagem nos beneficia! Isso mesmo que você leu! Pode parecer contraditório, mas é desta forma que acontece. Isto porque parte de nós deseja um novo cenário e outra parte tem medo de mudar. A vida atual pode estar ruim, entretanto eu já sei lidar com ela. Então ela funciona como um mecanismo de controle e falsa segurança.
Por que queremos controlar tudo? Porque existe a fantasia de que se eu puder controlar tudo não irei sofrer. Eis que a procura por esse controle é o que mais nos traz sofrimento. A busca incessante pelo controle demanda grande energia gerando desgaste físico e mental. No médio ou longo prazo isso nos adoece. A necessidade de querer controlar tudo, em sua grande maioria, surge das nossas inseguranças e é acentuada pelo ritmo acelerado que costumamos viver.
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Deste modo é instalado o ciclo: tenho inseguranças > acredito que se eu controlar a vida ficarei mais segura > busca por controle me acelera e gera ansiedade > a fantasia do controle é quebrada gerando frustrações > me sinto mais insegura e mais ansiosa > retorno a busca pelo controle na tentativa de trazer segurança.
Como quebrar esse ciclo? Busque as raízes das suas inseguranças. Reconheça suas crenças limitantes. Se conheça, se fortaleça e se desenvolva para viver melhor!
O que eu ganho me mantendo nessa situação?
Eis uma excelente pergunta para iniciar a investigação das raízes que sustentam seus comportamentos de autossabotagem.
A gente não acorda e pensa: hoje vou agir contra mim para me prejudicar. Isto ocorre, principalmente, através de mecanismos inconscientes. Logo se torna mais difícil identificar que sou a responsável por estar naquela situação. Neste cenário a maioria das pessoas tem a tendência de culpar o destino e as outras pessoas.
Então se você quer mudar o comportamento de autossabotagem deve: refletir sobre o que você ganha permanecendo na sua situação atual e comece identificar os medos que estão escondidos nessa “zona de conforto”.
Autonomia, independência e sucesso podem ser desejados, mas se não houver uma estrutura psicológica saudável eles podem ser sentidos como assustadores.
Além disso, posso ter obtido vantagens emocionais em me autossabotar. Por estar em baixa acabo recebendo amor e atenção de quem eu quero. Logo fico com receio de melhorar e as pessoas se afastarem.
O medo de ser feliz pode estar inconsciente e, normalmente, é o que alimenta os comportamentos de autossabotagem.
Que tal investir num processo terapêutico para mudar sua realidade? Procure técnicas e ferramentas que sejam adequadas ao seu perfil. O processo pode ser leve e ao mesmo tempo eficaz. A dica é buscar algum recurso que lhe traga segurança, já este é o antidoto para autossabotagem.
5 Comentários
O auto-conhecimento é a chave de tudo, desde que estejamos dispostos a enfrentar nosso próprio eu!
Otimo texto!
Isso mesmo, Zandra! Que em 2020 possamos investir mais em autoconhecimento e autocuidado! Afinal, quando nos tornamos melhores contribuimos para um mundo melhor para todos 🙂
Adorei, Suliane! Eu tenho falado muito sobre isso com algumas pessoas, o quanto é difícil a gente não se autossabotar! Somado a isso ainda tem a síndrome da
Impostora que às vezes me assombra! Terapia é essencial! Um abraço!
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