O Mães Mundo Afora é uma plataforma dedicada às mães e não podemos deixar de tocar num assunto delicado, mas também de extrema importância: como prevenir a obesidade infantil.
Em termos mundiais, a obesidade infantil vem apresentando rápido aumento nas últimas décadas, sendo caracterizada como uma verdadeira pandemia, acometendo elevado número de pessoas, atingindo vários países, de diversos continentes.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) relata que se nada for feito para amenizar o problema, 75 milhões de crianças estarão acima do peso em 2025. No Brasil, segundo o IBGE (2010), há excesso de peso em cerca de um terço dos meninos e meninas.
Doenças associadas
O sobrepeso e a obesidade infantil são fatores de risco para várias outras doenças. A prevalência da gordura corporal excessiva desde a infância pode acarretar a precocidade do surgimento de efeitos danosos à saúde e a sua persistência até a vida adulta. Está também relacionada a uma maior taxa de mortalidade. Crianças obesas têm maiores chances de desenvolver diabetes, pressão alta, colesterol elevado, problemas ósseos e articulares, além de problemas psicológicos relacionados a introspecção, bullying, ansiedade e depressão.
Quais são as causas da obesidade?
Entre as causas já identificadas como responsáveis pelo excesso de peso estão fatores genéticos, psicossociais, ambientais e comportamentais, como distúrbios psicológicos, hábitos alimentares (quantidade e qualidade dos alimentos ingeridos) e a prática (ou não) de exercícios físicos.
Como mães podem prevenir a obesidade infantil ?
Considerando que a família tem um papel crucial para prevenir a obesidade infantil, algumas medidas podem e devem ser implementadas no dia a dia, de forma a garantir uma alimentação saudável e um peso adequado:
– Realizar, sempre que possível, o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade, medida que comprovadamente previne contra a obesidade.
– Evitar a introdução alimentar com sucos de frutas, que concentram grandes quantidades de calorias em poucos volumes. Preferir a introdução com frutas picadas, de forma que a criança também ingira as suas fibras.
– No caso de mamadeiras, jamais utilizar “engrossantes”, como farinhas, maisena ou suplementos alimentares sem a indicação do médico ou nutricionista.
– Não fornecer alimentos com açúcar até pelo menos os dois anos de idade.
– Após os dois anos, evitar alimentos açucarados de forma a não viciar o paladar da criança ao doce.
– Limitar o consumo de farinha refinada, sal e gorduras saturadas.
– Evitar o consumo de refrigerantes e sucos em pó, repletos de açúcar e substâncias nocivas à saúde. Bolachas recheadas, macarrão instantâneo, comidas prontas, embutidos, salgadinhos, pipocas de micro-ondas, caldos e temperos prontos também deveriam ficar de fora da alimentação.
– Evitar o consumo de lanches em redes de “fast-food”. São pouco nutritivos e repletos de ingredientes calóricos.
– Não permitir que a criança coma vendo televisão ou jogando em tablets, já que isso faz com que ela não perceba o quanto está comendo e se já está satisfeita.
– Não obrigar que a criança “limpe o prato”. Desde pequena ela deve ter liberdade para dizer quando já comeu o suficiente.
– Não acalmar a criança com o leite do peito ou com qualquer alimento. Isso pode fazer com que ela relacione a comida a uma “válvula de escape” quando estiver angustiada.
– Diminuir os níveis de estresse das crianças, proporcionando momentos de lazer e de ócio e evitando “lotar a agenda” com muitas atividades obrigatórias. Para as mais ansiosas, atividades de meditação e concentração podem ser úteis.
– Envolver as crianças, mesmo pequenas, na elaboração de refeições, desde a compra dos ingredientes até o preparo, de forma que elas se interessem por experimentar novos sabores de preparações com frutas, verduras e legumes.
– A família como um todo deve ter hábitos alimentares saudáveis. De nada adianta oferecer frutas às crianças e comer doces na frente delas ou forçá-las a comer salada quando os adultos não comem.
– Elaborar refeições equilibradas, que contenham carboidratos, proteínas, gorduras e fibras na medida adequada. Para visualizar um exemplo de prato saudável clique aqui.
– Estimular o consumo de água durante o dia, já que muitas vezes as crianças “esquecem” de se hidratar.
– Seguir horários fixos de refeições (café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar), não permitindo que a criança “belisque” entre elas.
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– Propiciar lanches escolares equilibrados. Nos países em que as crianças também almoçam na escola, informar-se sobre o que é servido e, no caso das opções serem pouco saudáveis, verificar a possibilidade de que levem marmita de casa.
– Ter acompanhamento médico e nutricional periódico, de forma a poder detectar precocemente uma possível elevação de peso antes de que se torne algo mais grave.
– Propiciar um sono tranquilo e reparador, já que a falta de sono também está relacionada à obesidade. Fazer atividades relaxantes e evitar o uso de eletrônicos pelo menos uma hora antes de dormir.
– Limitar o tempo em que a criança passa em frente à televisão e em tablets/eletrônicos.
– Saber dizer “não” quando necessário. Dizer “sim” sempre à criança a fará feliz naquele momento mas não necessariamente trará felicidade a longo prazo. Pense nisso!
– Estimular atividades esportivas ao ar livre durante os momentos de lazer.
– Propiciar algum tipo de atividade física extra durante a semana, como natação, futebol, artes marciais etc., ou seja, atividades em que a criança consiga gastar energia. Sempre que possível deixar que a criança escolha a atividade que lhe dá mais prazer.
Uma criança feliz é uma criança saudável. Estar em um ambiente que propicie alimentação saudável é um direito da criança e dever dos pais e mães. Os resultados mostrarão que o esforço vale a pena!
4 Comentários
OTIMO TEXTO!! De utilidade pública!
Fico horrizada vendo o que comem as crianças aqui a partir de um ano. Bolacha doce, pão de chocolate, creme de chocolate, bala!!!
E às vezes, se a criança recusa o iogurte, o pai que diz: ” não tem problema dou um lanche de padaria que comprei, tá esperando no carro…
Obrigada, Zandra! Você sabe que a obesidade está chegando até aqui na Ásia? Você precisa ver as redes de fast food sempre cheias :O
Nem me fale! Uma vez eu estava sentada num parque olhando a Alice brincar. Ela tinha uns 2 anos. Ao meu lado, uma mulher com um carrinho e um bebê de menos de 6 meses. Ele não tinha dentes e era pequeno. Mas estava atracado com um BISCOITO TRAKINAS DE CHOCOLATE! Eu quase tive um treco.
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